O credor suíço espera que o BC (Banco Central) anuncie quatro altas consecutivas de 1 ponto percentual na taxa básica de juros e uma elevação final de 0,5 ponto ao longo das próximas reuniões de política monetária, de forma que a Selic encerre 2021 em 8,25% e 2022 em 9,75%.
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“Temos comentado sobre o quão desafiador tem sido o cenário inflacionário, mas ainda estamos surpresos com a forte aceleração da inflação” disse o Credit Suisse em relatório assinado por Solange Srour (economista-chefe do banco no Brasil) e Lucas Vilela (economista). “Acreditamos que a autoridade monetária precisará elevar ainda mais os juros básicos à medida que o ambiente inflacionário piora.”
Segundo o relatório, o índice de surpresa inflacionária do Credit Suisse para o Brasil atingiu uma nova máxima recorde em agosto, em alta de 5,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Dados do IBGE divulgados na semana passada mostraram que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) teve em agosto a maior alta para o mês em 21 anos.
No ano de 2021 como um todo, o Credit Suisse revisou para cima sua estimativa para a alta do IPCA, a 8,5%, contra 8,1% anteriormente, citando preços mais altos de alimentos e gasolina, avanço na inflação industrial e ajustes mais elevados em serviços específicos.
De acordo com o relatório, o processo de desinflação entre 2021 e 2022 implícito na expectativa média do mercado será “muito difícil” de alcançar, uma vez que requer possível combinação de juros reais bem mais altos, ampliação do hiato do produto e apreciação da taxa de câmbio –o que segundo o Credit não está na cartilha do mercado.
A última pesquisa semanal Focus do BC mostrou que os participantes do mercado esperam alta de 8,0% do IPCA neste ano e arrefecimento para 4,03% em 2022, decréscimo de cerca de 4 pontos percentuais na taxa de um ano para o outro.
Com a disparada da inflação e expectativa de condições financeiras mais apertadas, o Credit Suisse piorou sua perspectiva para o crescimento econômico em 2022, esperando expansão de 1,1% do PIB. Anteriormente, o credor via crescimento de 1,5%.
A projeção de alta do PIB neste ano permaneceu em 5,3%, segundo os economistas.
INCERTEZA POLÍTICO-FISCAL
Somando-se à inflação bastante pressionada e aos riscos da crise hídrica, a incerteza político-fiscal também está no radar do Credit Suisse.
Na semana passada, durante manifestações do 7 de Setembro, o presidente Jair Bolsonaro elevou os receios institucionais ao atacar ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), embora já tenha moderado o tom desde então. (Com Reuters)
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