Não foi a primeira vez que a mesa ou o esporte viralizaram. Em 2017, um vídeo que mostra Messi brincando com seu filho em sua própria mesa personalizada ganhou a internet. David Beckham também tem uma. O mesmo vale para Neymar Jr. e até com Justin Bieber, que foi fotografado praticando teqball, ou simplesmente futmesa.
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O negócio é apenas o ponto de partida para um sonho maior: o posto de esporte olímpico nas Olimpíadas de Los Angeles de 2028. “Acho que temos uma chance”, diz Ajay Nwosu, CEO do Teqball Group e presidente da Federação Nacional de Teqball dos EUA.
O Teqball surgiu em Budapeste, na Hungria, em 2012, quando um trio de fãs de futebol começou a esboçar o esporte usando uma mesa de pingue-pongue. Um deles tinha formação em engenharia e descobriu que curvar a mesa mudaria a dinâmica de como a bola quicava, criando uma experiência mais envolvente.
A primeira mesa foi construída em 2014 e o esporte rapidamente conquistou a Europa Oriental. Hoje, o Teqball tem mais de cinco mil jogadores em todo o mundo, 85 federações nacionais reconhecidas e a FITEQ, a versão do esporte da Fifa.
A injeção de dinheiro da ESPN permitirá ao esporte ganhar maior visibilidade e oferecer melhores condições para seus jogadores. Nwosu afirma que cerca de 15% dos atletas praticam o futmesa em tempo integral, e podem ganhar até US$ 100 mil por ano se estiverem dispostos a viajar, graças aos prêmios crescentes e à abundância de eventos.
“A ESPN nos ajuda a dar o salto quântico que precisamos agora”, diz Nwosu. A primeira transmissão ao vivo de uma partida foi ao ar ontem no domingo (16), de San Diego.
Do ponto de vista financeiro, no entanto, alguns dos atletas ainda não chegaram lá. A Copa do Mundo de 2021 de teqball teve apenas US$ 200 mil para premiações, valor que foi dividido entre os vários vencedores das cinco divisões.
Quando se trata de alcançar a viabilidade a longo prazo, as chances costumam ser pequenas para esportes de nicho e iniciantes como o teqball. “É correria, como qualquer empresa iniciante”, afirma Tim Derdenger, professor associado da Tepper School of Business da Carnegie Mellon.
O acordo com a ESPN é um “grande passo à frente”, diz ele, mas a dificuldade está em atingir uma “massa crítica” de pessoas envolvidas com o esporte, o que tende a acontecer organicamente. O marketing só pode forçar esse fenômeno até certo ponto.
Entrar nas Olimpíadas é ainda mais complicado, e não apenas para novos esportes. O beisebol retornou pela primeira vez para os Jogos de Tóquio em 2021 após dois ciclos fora do programa. O golfe esperou por mais de cem anos.
Mas não é impossível. A principal vantagem do futmesa é que ele tem atraído um enorme público já estabelecido. De acordo com um estudo da Biblioteca do Congresso, existem cerca de 240 milhões de jogadores de futebol registrados no mundo e, quando contados os torcedores, o número chega à casa dos bilhões.
Um ponto positivo é que o teqball é neutro em termos de gênero (Nwosu diz que sua divisão de duplas mistas é a mais popular). Embora seja raro, há precedentes para variações de esportes convencionais entrarem nas Olimpíadas: o basquete 3×3 estreou em Tóquio no verão passado.
Por enquanto, Nwosu e outros líderes do esporte continuam fazendo lobby junto ao Comitê Olímpico Internacional. O teqball tem a vantagem de já estar no programa dos Jogos Europeus de 2023.
“Continuamos crescendo em um ritmo muito rápido e, portanto, não é uma questão de ‘se’, mas de ‘quando’ conseguirmos chegar lá”, diz Osmundson. “Os sonhos olímpicos estão muito mais próximos do que quando comecei minha jornada como atleta de teqball.”