O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira (26), voltando a orbitar o patamar dos 133 mil pontos no melhor momento, em movimento apoiado pelas blue chips Petrobras e Vale, na esteira do avanço dos preços do petróleo e do minério de ferro no exterior.
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Na visão do especialista em investimentos Lucas Almeida, sócio da AVG Capital, apesar da tensão externa, onde permanecem incertezas sobre as tarifas norte-americanas, o Brasil está se beneficiando de fluxo estrangeiro e recuperação de commodities. “Se o cenário externo não piorar, pode haver espaço para o mercado local seguir firme no curto prazo”, afirmou.
Já o dólar à vista fechou o dia em alta de ante o real, acompanhando o seu avanço no exterior em meio às preocupações em torno da política tarifária do governo dos Estados Unidos. A elevação foi de 0,43% ante o real e a cotação ficou em R$5,7328. No ano, a divisa dos EUA acumula queda de 7,22% ante o real.
Tarifas e FED
A sessão foi marcada pelo avanço do dólar ante a maior parte das demais divisas ao redor do mundo, em meio às preocupações sobre as tarifas a serem adotadas pelo governo americano. O presidente dos EUA, Donald Trump, convocou uma entrevista coletiva para anunciar tarifas sobre automóveis nesta quarta-feira, e ainda há dúvidas sobre como serão aplicadas as tarifas recíprocas prometidas para 2 de abril.
O presidente do Federal Reserve de St. Louis, Alberto Musalem, disse nesta quarta que os riscos de que a inflação dos EUA fique acima da meta de 2% ou até mesmo suba ainda mais no curto prazo cresceram em função das tarifas. “Se a economia continuar forte e a inflação permanecer acima de nossa meta, acredito que a política monetária atual, modestamente restritiva, permanecerá apropriada até que haja confiança de que a inflação esteja convergindo para 2%”, disse Musalem.
A perspectiva de juros altos por mais tempo nos EUA são um fator altista para o dólar ante as demais divisas. No Brasil, após marcar a mínima de R$5,6943 (-0,24%) às 9h04, logo após a abertura, o dólar à vista atingiu a máxima de R$5,7489 (+0,71%) às 13h16. Durante a tarde, o Banco Central informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de US$6,765 bilhões em março até o dia 21, com saídas de US$6,754 bilhões pelo canal financeiro e saídas de US$11 milhões pela via comercial.
Destaque
– PETROBRAS PN avançou 0,94%, em dia positivo para petrolíferas, acompanhando a alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou com elevação de 1,05%. No setor, BRAVA ENERGIA ON subiu 6,63%, tendo ainda no radar notificação da gestora BTG Pactual WM de aquisição de ações, atingindo aproximadamente 5,23% na empresa.
– BRASKEM PNA saltou 9,68%. Para Almeida, o movimento pode estar relacionado a uma possível expectativa de desinvestimentos ou reestruturação. Ele destacou que o papel está bastante descontado em relação aos pares e, diante do cenário técnico mais favorável, investidores parecem antecipar compras e pressionar novas altas no papel.
– LOCALIZA ON valorizou-se em 4,75%, no segundo pregão seguido de alta. Na véspera, a Abla, associação que representa locadoras de veículos do Brasil, afirmou que o setor não deve elevar as compras de carros novos este ano.
– AUTOMOB ON caiu 7,41%, tendo no radar proposta aprovada pelo conselho de administração para grupamento de ações na proporção de 50 por 1. Na véspera, as ações fecharam a R$0,27. A proposta será votada em assembleia de acionistas convocada para 25 de abril.
– ITAÚ UNIBANCO PN encerrou em baixa de 1,08%, destoando da tendência positiva entre os grandes bancos de varejo do Ibovespa. BRADESCO PN avançou 1,63%, enquanto SANTANDER BRASIL UNIT ganhou 0,66% e BANCO DO BRASIL ON subiu 1,19%.