Conheça a startup que digitaliza o lixo e gera renda para comunidades vulneráveis

11 de março de 2021
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Saulo Ricci, fundador e CEO da Coletando Soluções, busca facilita o descarte correto das embalagens pós-consumo para os moradores de cada região

O Brasil gerou, aproximadamente, 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2018, de acordo com o Panorama de Resíduos Sólidos da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Desse total, apenas 3% foi efetivamente reciclado, prejudicando o meio ambiente e a qualidade de vida da população.

Foi nesse cenário que nasceu a Coletando Soluções, startup que tem o objetivo de fomentar a inovação no mercado de logística reversa de embalagens, ampliando o conceito de reciclagem no Brasil e promovendo a sustentabilidade nos processos. Fundada em 2008 pelo atual CEO Saulo Ricci, a fintech ambiental facilita o descarte correto das embalagens pós-consumo para os moradores de cada região.

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Ao aliar a tecnologia à preservação do meio ambiente, a startup adota um modelo de cashback para incentivar a população a participar da reciclagem. Por meio da distribuição de ecopontos móveis em comunidades como Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, e Jardim Ibirapuera, em São Paulo, a empresa garante que cada morador que entregar seus recicláveis receba, em troca, um dinheiro na conta digital Coletando pré-cadastrada em nome do cidadão participante, sem anuidade ou taxas, calculado com base no volume e tipo de resíduo.

Por meio do cartão, que tem a bandeira Visa, os moradores podem utilizar seus créditos para gastos como transporte, recarga de celular, alimentação, compras internacionais e despesas escolares, em qualquer estabelecimento, sites ou aplicativos. Com a iniciativa, donas de casa conseguem ganhar entre R$ 60 e R$ 150 por mês. Para os pequenos comércios da região, esse valor pode chegar R$ 500 e, no caso dos catadores de materiais recicláveis, a renda varia entre R$ 500 e R$ 1500 por mês.

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Por meio da distribuição de ecopontos móveis em comunidades, a empresa garante que cada morador que entregar seus recicláveis receba, em troca, um dinheiro na conta digital Coletando pré-cadastrada

“O objetivo é conscientizar as pessoas para que elas passem a olhar o lixo como um fator de geração de valor”, explica Ricci. Formado em Administração pela PUC-Rio, o empresário transformou a Coletando na primeira fintech de economia circular do Brasil, com impacto sobre 2 mil pessoas cadastradas na plataforma. Para a iniciativa, a startup conta com parceiros multinacionais da embalagem como a P&G, Tetra Pak e Nexa.

No atual cenário, marcado por uma crise sanitária que jogou milhões de moradores das comunidades brasileiras em situação de vulnerabilidade social, a startup oferece respostas de curto prazo: renda imediata, bancarização através de contas digitais que geram créditos para sustentabilidade do modelo e melhoria da qualidade ambiental urbana, essencial para conter o vírus e evitar a proliferação de outros vetores.

“Se a gente não olhar para os resíduos, que mundo vamos deixar para as próximas gerações?”, pergunta o empreendedor. “Projetos como esse são de suma importância para conscientizar, definir políticas públicas e direcionar recursos para as classes vulneráveis.”

Para o futuro, Ricci tem planos ambiciosos. Ele acaba de fechar uma parceria com o estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, para que os torcedores possam descartar corretamente seus resíduos em dias de jogo e, com a renda gerada, consumir no local ou utilizar o dinheiro para outras despesas do dia a dia. “Estamos ampliando bastante, saindo do early stage para um scale-up”, diz. Também pretende ampliar o projeto para todas as comunidades do Brasil e, futuramente, chegar a países como Chile, África do Sul, Moçambique e Egito. “O resíduo é um problema global, tem em todo o mundo. Queremos fazer com que nosso modelo de negócio conscientize o máximo de pessoas possível”, finaliza.

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