Rafael Segrera, da Schneider Electric, fala sobre crise energética, sustentabilidade e eletricidade 4.0

20 de setembro de 2021
Divulgação

Rafael Segrera é presidente da Schneider Electric para a América do Sul

A companhia francesa de gerenciamento de energia e automação Schneider Electric reforça o foco em tecnologia e inovação para apoiar o desenvolvimento da indústria 4.0 e atingir suas metas de sustentabilidade. Voltada para empresas e para o consumidor final, tem produtos que vão de carregador de carro elétrico a serviços de TI e sistemas de energia solar. No início deste ano, foi reconhecida a mais sustentável do mundo pela Corporate Knights, empresa canadense especializada em pesquisas financeiras, saindo à frente de gigantes como Cisco, HP, Natura e Banco do Brasil.

Em entrevista à Forbes, o presidente da empresa para a América do Sul, Rafael Segrera, falou sobre como a tecnologia pode ajudar indústrias e empresas a responderem às necessidades energéticas do momento. 

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FORBES: Como você analisa o panorama da crise energética no Brasil?

Rafael Segrera: A matriz energética brasileira é bastante renovável, considerando a alta dependência (cerca de 65,2%, segundo relatório de 2020 do Ministério de Minas e Energia em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética) das hidrelétricas. Isso traz benefícios como o uso de recursos naturais e a redução das emissões de gases poluentes. Por outro lado, é uma forma de gerar energia que também tem os seus desafios, principalmente em relação às mudanças climáticas, refletidas na falta de chuvas, ondas de estiagem e baixa no nível dos reservatórios.

Esses problemas não são uma novidade. Já havíamos enfrentado uma seca histórica em 2001, que levou ao apagão energético. Hoje, temos uma situação semelhante. A diferença da crise atual está em 20 anos de desenvolvimento digital. Estima-se que o país pode reduzir o consumo energético em até 20% usando softwares que medem o consumo, calculam a demanda de uma empresa e geram gráficos automáticos sobre o uso de eletricidade. As inovações surgem para aumentar a eficiência energética, usando menos recursos naturais.

F: Apesar dos benefícios, o uso de tecnologia e data centers também consome muita energia. O que as empresas podem fazer para se tornarem energeticamente eficientes?

RS: Os data centers são, de fato, um dos segmentos que mais consomem energia. Mas os benefícios da digitalização e do uso da nuvem são muito maiores do que a quantidade de energia demandada. Isso acontece porque as inovações de machine learning e inteligência artificial possibilitam atacar os problemas de desperdício em tempo real, tornando a gestão mais eficiente. O mercado já fala em Indústria 4.0, um movimento de digitalização acelerado pela combinação de IoT (Internet das Coisas), robótica, análise de dados, cloud computing, entre outros. A eletricidade também faz parte dessa tendência, conectando a energia ao digital.

Pessoas, empresas e indústrias precisam investir em tecnologia para gerar oportunidades de eficiência elétrica e sustentabilidade. Embora tenham uma alta demanda energética, a tecnologia facilita o gerenciamento da operação, a partir de uma medição precisa e automatizada do consumo em toda a cadeia de valor.  Dispositivos conectados à Internet das Coisas e softwares de monitoramento permitem entender onde há desperdício. As informações obtidas com a tecnologia ajudam o gestor a tomar decisões mais assertivas sobre o consumo de energia da empresa.

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F: A Schneider se comprometeu a zerar suas emissões de carbono até 2030. O que a empresa fará para cumprir a meta?

RS: O objetivo global é trocar todas as embalagens de plástico descartável por papelão reciclável, compensar cerca de 800 milhões de toneladas de CO2 dos clientes e neutralizar o carbono de 1000 fornecedores. Vamos implementar o Green Premium, selo oferecido para produtos sem substâncias perigosas, impacto ambiental e com instruções para o descarte correto ao final da vida útil. Ainda planejamos treinar colaboradores e fornecedores para calcular emissões de poluentes a partir do uso das tecnologias de medição e para definir estratégias de redução da pegada de carbono dos parceiros.

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