O estudo leva em conta os principais sistemas de produção desse grão na Mogiana Paulista, do Cerrado Mineiro e Sul de Minas, regiões importantes no cultivo do café arábica. Com a construção de ICVs (Inventários do Ciclo de Vida), que demonstram quais materiais ou energias foram retiradas ou liberados no meio ambiente durante a produção, o estudo mostrou que o quilo de café arábica brasileiro emite menos gases de efeito estufa que um dos seus principais produtos concorrentes, o café produzido na Colômbia. Para isso analisou a quantidade de CO2eq (CO2 equivalente) por cada quilo do produto. O CO2eq significa a equivalência em dióxido de carbono de outros gases de efeito estufa (GEEs), como metano, óxido nitroso, CH4, clorofluorcarbonos, ozônio, entre outros.
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Segundo Marília Folegatti, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente e coordenadora do estudo, as informações geradas, “por um lado podem orientar melhorias nas práticas de campo para redução de emissões de GEEs e, por outro lado, podem embasar certificações ambientais, promovendo o acesso a mercados internacionais mais exigentes”.
Os inventários dos processos agrícolas foram construídos na ferramenta ICVCalc, desenvolvida pela Embrapa Meio Ambiente, que incorpora os principais modelos internacionais para estudos de ACV (Avaliação de Ciclo de Vida). “Métricas tropicalizadas, com credibilidade científica e padrões reconhecidos na comunidade internacional são elementos essenciais para as negociações internacionais, tanto para ressaltar a qualidade do nosso produto, quanto a sustentabilidade de sua produção”, explica Marcelo Morandi, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente e um dos participantes do estudo.
“A ACV nos permite ter essa base de comparação internacional, entretanto preservando e ressaltando as características próprias de nossos sistemas de produção, uma vez que também no mercado internacional o arábica tem destaque, sendo um importante produto nas exportações brasileiras.”