No índice deste ano estão 67 ações de 64 companhias de capital aberto que pertencem a 29 setores. O agro, que não está fora dessa lista, tem uma participação significativa de 29,6% do total. São 19 companhias que atuam no agro de forma direta ou participam em parte de suas cadeias de valores, além das instituições financeiras com crédito para custeio e investimentos.
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O índice criado em 2010 está na 12ª carteira apresentada. “Fazer parte do índice de Carbono Eficiente da B3 é um reconhecimento à nossa agenda ESG, especialmente frente ao nosso compromisso Net Zero 2040”, diz Márcio Nappo, diretor de Sustentabilidade da JBS, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, com produtos na mesa de consumidores de 190 países.
Compor o índice e se manter nele, já que uma companhia pode perder a posição, faz parte de uma estratégia maior das empresas que têm sido duramente cobradas em questões ambientais. “Estamos comprometidos com a economia de baixo carbono”, afirma Nappo. Em 2021, a JBS anunciou o compromisso de se tornar Net Zero até 2040, ou seja, de zerar o balanço líquido de emissões de gases de efeito estufa.
Entendendo o Índice de Carbono Eficiente
Desde 2020, integram o Índice de Carbono Eficiente empresas detentoras das 100 ações mais negociadas na bolsa. Antes dessa data eram apenas 50 empresas. Para que sejam aprovadas, elas devem elaborar um inventário de GEE (Gases de Efeito Estufa) e declarar-se formalmente à iniciativa ICO2.
- O valor de mercado do “free float” (ativos que estão em circulação)
- A razão entre as emissões de gases de efeito estufa informadas no inventário para o ano-base (medidas em toneladas de CO2 equivalente – tCO2e)
- A receita bruta reportada nas demonstrações financeiras padronizadas apresentadas no Brasil relativas ao mesmo ano-base
“O índice encurta o caminho de análise do investidor, apresentando a ele as empresas que produzem inventários de emissão de CO2”, diz César Sanches, superintendente de sustentabilidade da B3. “Ou seja, companhias que se mostram preocupadas em conhecer seus impactos ambientais e trabalhar para minimizá-los.”
No caso da JBS, além do monitoramento da cadeia de produção da carne bovina por meio de tecnologias, entre elas o blockchain, a empresa tem feito parcerias com outras empresas e institutos de pesquisa, como o Instituto de Zootecnia da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, visando a identificação de aditivos alimentares com potencial para baixar as emissões de metano, principal gás de efeito estufa na pecuária em função da fermentação entérica dos animais.
O Brasil tem 200 milhões de bovinos e pode ser exemplo para o mundo em gestão ambiental, para o plantel global de 1 bilhão de bovinos. Não por acaso, além da JBS, fazem parte do índice a Marfrig, a Minerva e a BRF, todas gigantes companhias do setor de proteínas.
Até 2030, a companhia investirá R$ 500 milhões em seu Plano Marfrig VerdeMais, criado em 2020. No caso da redução das emissões de metano, a Marfrig foi a primeira companhia do setor a incluir esse item no escopo 3, com a meta de reduzir em 33% as emissões até 2035, tendo 2019 como ano base para esse cálculo. Já nos escopos 1 e 2, a meta é reduzir as emissões absolutas (tCO2e) em 68%.
As ações contínuas das companhias as mantêm no índice da B3, já que as revisões ocorrem a cada quatro meses. Desde que foi criado, o ICO2 B3 apresentou performance de 103,86% contra 60,91% do Ibovespa, tendo como base o fechamento do último dia de 2021. Em dezembro, o ICO2 B3 teve ainda menor volatilidade: 18,78% contra 19,71% do Ibovespa. O índice conta com um ETF (Exchange Traded Fund), o ECOO11 (fundo de índice) gerido pela BlackRock, que detém um patrimônio líquido de R$ 37,7 milhões.
Confira onde está o agro no Índice de Carbono Eficiente
Empresas com participação majoritária no setor
JBS: proteína animal e vegetal
BRF SA: proteína animal e vegetal
MINERVA: proteína animal e vegetal
COSAN: bioenergia
KLABIN S/A: produtos florestais
SUZANO S.A: produtos florestais
SLC AGRÍCOLA: grãos e fibras
Empresa com participação no agronegócio
RUMO SA: logística
GRUPO NATURA: produtos de florestas nativas
PÃO DE AÇÚCAR-CBD: comércio de alimentos
GERDAU: aço (arames e insumos)
Instituições financeiras
(crédito em linhas oficiais e próprias)
SANTANDER BR
BRADESCO
BRASIL (BANCO DO BRASIL)