Para 2022, a expectativa é de continuidade dos gargalos logísticos, mas demanda aquecida em mercados que tem ganhado importância, como a China.
As vendas externas do grão arábica alcançaram 32,65 milhões de sacas no ano passado, recuo de 8,3% ante 2020, enquanto as exportações de café robusta caíram 26,1% para 3,64 milhões na mesma comparação.
Considerando o produto industrializado, as vendas externas totais de café do Brasil chegaram a 40,37 milhões de sacas no ano passado, redução de 9,7% ante 2020.
Apesar da retração, o desempenho de vendas externas totais no ano passado representou o terceiro maior volume embarcado pelo país na história, e, em valores, o melhor nos últimos sete anos, refletindo os preços elevados no mercado e o câmbio favorável às exportações.
A receita total, incluindo o produto industrializado, subiu 10,3% no comparativo anual para 6,242 bilhões de dólares, mostraram os dados.
“Projetamos que o Brasil deixou de exportar cerca de 3 milhões de sacas e de receber aproximadamente 465 milhões de dólares em receita”, disse o diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, em teleconferência com jornalistas.
Segundo ele, alguns dos entraves continuam sendo a disputa por contêineres e espaço nos navios, problemas que tendem a permanecer ao longo deste ano e que não se restringem somente à cafeicultura, ou ao Brasil.
Um ponto que evidencia os impactos desses entraves é a redução no número de contêineres enviados ao exterior com café pelos exportadores brasileiros. No ano passado, foram embarcados 112.732 contentores, o que representa uma queda de 9,8% na comparação com os 125.034 remetidos ao longo de 2020, informou o Cecafé.
De acordo com o conselho, no acumulado de 2021, o Brasil exportou café para 122 países. Os Estados Unidos lideraram o ranking ao importarem 7,781 milhões de sacas, volume 4,4% inferior ao aferido entre janeiro e dezembro de 2020 e que representou 19,3% dos embarques totais brasileiros no ano passado.
Entretanto, destaca-se a demanda de países produtores, como a Colômbia, e em mercados onde o consumo está em ascensão, como a China.
“A maior fatia de crescimento do consumo mundial tem sido nos países produtores… A China vem demandando cada vez mais do café brasileiro, mesmo com a pandemia, a situação atual é um caminho que não tem volta. Temos que estar muito otimistas”, disse o presidente do Cecafé, Nicolas Rueda.
A China foi o segundo maior destaque nas compras do café brasileiro em 2021, atrás dos colombianos, incrementando suas importações em 132.003 sacas (+65%) na comparação com 2020. Nos 12 meses do ano passado, os chineses adquiriram 333.648 sacas do produto nacional.