Citrosuco, do grupo Votorantin, cria projeto de Pagamento por Serviços Ambientais

Apresentado por
08/08/2024
Divulgação_RV

Uma das áreas da Reservas Votorantim usada no projeto de carbono

A Citrosuco, maior produtora de suco do laranja do mundo, se uniu à Eccon Soluções Ambientais e à Reservas Votorantim, com passivo de 130 mil hectares, para lançar uma nova metodologia de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). Chamado de PSA Carbon Agro Perene, o sistema anunciado nesta quinta-ferria (8), tem por objetivo garantir a prestação de serviços ambientais por meio da remuneração aos produtores rurais.

“Estamos dedicados ao desenvolvimento de soluções que posicionem a Citrosuco como líder do setor em práticas ESG”, diz Marcelo Abud, CEO da Citrosuco. “Estamos sempre olhando e explorando novas oportunidades. A parceria para criar o PSA Carbon Agro Perene é um passo significativo em direção aos nossos objetivos, reforçando nosso compromisso com a sociedade.”

De acordo com o executivo, a Citrosuco assumiu metas importantes para a redução da emissão de gases de efeito estufa (GEE) nos escopos 1 e 2, e almeja diminuir em 28% a emissão dos GEE até 2030.

Inédito, o PSA Carbon Agro é uma derivação de outra metodologia, o PSA Carbonflor, desenvolvida pela Eccon com contribuições da Reservas Votorantim, com o objetivo de geração de crédito de carbono pela conservação em áreas florestais. A PSA Carbonflor tem recebido amplo reconhecimento no Brasil e no exterior e pode ser uma das principais metodologias nacionais a serem aplicadas no Brasil nos próximos anos.

O PSA Carbon Agro Perene é um programa com valoração, constituição e pagamento pelos Serviços Ambientais e constituição de Créditos de Carbono Plus (C+) em propriedades com parcelas de áreas nativas preservadas ou conservada e parcelas destinada à produção agrícola de cultivos perenes, realizados de acordo com as boas práticas que favorecem a neutralização da emissão de gases de efeito estufa.

Divulgação

David Canassa, Marcelo Abud e Yuri Rugai Marinho, na apresentação do projeto de carbono

A remuneração dos produtores é feita de acordo com a valoração dos serviços ambientais, decorrentes de Indicadores Ecossistêmicos e Indicadores de Boas Práticas Agrícolas. Para isso, são aplicadas métricas de prestação de serviços como conservação florestal, manutenção e melhoria de qualidade de água, manutenção de habitat para biodiversidade (fauna e flora), manutenção de ecossistemas, oferecimento de infraestrutura de suporte boas práticas agrícolas, boas práticas de manejo sustentável, entre outras.

A medição dos Indicadores Ecossistêmicos e Indicadores de Práticas Agrícolas é a base de geração dos C+, que funciona como meio para o pagamento pelos Serviços Ambientais. Isso funciona como um incentivo financeiro para a conservação ambiental e para a adoção de práticas agrícolas sustentáveis. Dessa forma, os Serviços Ambientais, uma vez reconhecidos, valorados e validados, tornam-se ativos transferíveis por meio do C+.

Para Yuri Rugai Marinho, fundador em 2014 e CEO da ECCON, empresa que atua no mercado de negócios ambientais e de consultoria, é importante que se desenvolva metodologias com expertise local, onde são levadas em conta a complexidade dos biomas brasileiros. “As metodologias de medição de biomassa e serviços ambientais que usamos no Brasil são criadas em países com pouca biodiversidade e menor conhecimento florestal”, afirma Marinho. “Precisamos de metodologias nacionais mais completas e que melhor reflitam nossas características de sociobiodiversidade.”

Parceira da Eccon no PSA Carbonflor, a Reservas Votorantim, uma empresa do portfólio da Votorantim S.A. – gestora de territórios com foco em projetos para a economia verde –,  se junta também à Citrosuco nesta metodologia para o mercado de carbono no agronegócio, por meio da valorização da conservação aliada às boas práticas agrícolas.

“A Reservas Votorantim tem trabalhado em projetos e iniciativas que contribuam para os desafios da estabilidade climática não só no Brasil, mas no mundo. Na frente de carbono, fomos pioneiros no co-desenvolvimento de uma primeira metodologia de pagamento por serviços ambientais, incluindo o carbono florestal, na Mata Atlântica”, diz David Canassa, diretor da reserva.

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