Na pequena comunidade da Ilha da Jussara, no extremo norte da Amazônia brasileira, o cultivo de açaí é uma importante fonte de renda. A produção cresceu cerca de 50% na última década, impulsionada por uma dezena de mulheres da vila que lutaram para garantir fontes de crédito.
Bezinha, hoje com 60 anos, cresceu acompanhando o pai escalando as árvores de açaí da Ilha da Jussara para colher a fruta azeda, usada mundialmente em sucos, cosméticos e suplementos. Ela foi a primeira mulher a participar de reuniões para discutir o financiamento para o crescimento do negócio da comunidade. De acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do Estado do Pará, o envolvimento de mulheres em negócios de pequena escala tem crescido rapidamente na zona rural do Estado. O investimento inicial em projetos como o açaí da Ilha da Jussara é de cerca de R$ 20 mil, disse Lucival Solim Chavez, agrônomo da Emater. “Depois disso, o próprio açaizal dá a autossustentação financeira”, disse ele. De forma mais ampla, a produção de açaí no Brasil cresceu 15% entre 2020 e 2023, de acordo com estatísticas do governo. O Estado do Pará, onde está localizada a Ilha da Jussara, responde por 94% da produção do país e é um dos principais exportadores da fruta para empresas de alimentos e cosméticos em todo o mundo. Na comunidade ao redor da Ilha da Jussara, cerca de 200 pessoas se dedicam à produção de açaí orgânico. As vendas combinadas das comunidades da região totalizam aproximadamente R$ 1,37 milhão por ano – mais de 85% de sua renda, de acordo com números do governo.Leia também
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