Diante de todas as possibilidades da vida, ele escolheu uma trajetória cheia de desafios, adrenalina e poeira. Lucas Moraes, aos seus 32 anos de idade, chega na frente novamente ao se tornar o primeiro atleta Red Bull brasileiro a pilotar um carro da categoria T1, a principal, no Rally Dakar.
Dono do título do Sertões de 2022, competição da qual ele se consagrou como o campeão mais jovem da história, em 2019, o piloto chamou atenção com um terceiro lugar conquistado, este ano, na Copa do Mundo FIA de Rally Cross-Country, realizada na Espanha. Na ocasião, a dupla formada por Lucas e o navegador Kaique Bentivoglio, teve um desempenho surpreendente, especialmente em duas provas nas quais superou, em alguns momentos, até mesmo a dupla Nasser Al-Attiya, tetracampeão do Dakar/Mathieu Naumel. O duo brasileiro disputou a corrida com um modelo Toyota Overdrive T1+, mesmo carro que Moraes usará na principal prova do rali mundial.
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“Após os resultados do Mundial na Espanha e com o bicampeonato no Sertões, as conversas para o Dakar começaram a esquentar”, conta Moraes. “Estou muito feliz por ter essa oportunidade e darei o melhor para representar bem o Brasil”, diz o novo atleta da Red Bull.
Contudo, apesar da consistente parceria com Bentivoglio, Moraes e a equipe Overdrive Toyota optaram por um nome com mais experiência em navegação no rali mais desafiador do planeta. O alemão Timo Gottschalk, que já participou do Dakar diversas vezes, tendo sido inclusive campeão ao lado de Nasser, em 2011, guiará Lucas pelas areias dakarianas durante os 16 dias de competição.
“Quase que uma outra disciplina de esporte. Deserto, dunas, não temos no Brasil e não é um ambiente com o qual estamos acostumados. Mas, por outro lado, estou bem confiante por conta da equipe que a gente montou, obviamente com a Overdrive”, explica Moraes sobre ter pela frente um cenário completamente novo.
A 45ª edição do Rally Dakar terá início no dia 31 de dezembro com um prólogo às margens do Mar Vermelho, terminando em 15 de janeiro na região de Dammam, sempre sem deixar o território da Arábia Saudita. Ainda não anunciado, o roteiro será 70% inédito e mais longo do que o do ano anterior. Do ponto de vista esportivo, a principal modificação para os pilotos dos carros, como Lucas Moraes, é o fato de os trechos especiais terem em média 450 quilômetros sem deslocamentos neutralizados. Ou seja, competição pura e sem interrupções.
Letícia Datena é jornalista de esportes há oito anos e atua no setor do automobilismo desde 2016. Já foi correspondente internacional dos canais Fox Sports e cobriu alguns dos campeonatos mais importantes do mundo, como Rally Dakar, Rally dos Sertões, WRC (World Rally Championship) e Fórmula E e hoje é uma das responsáveis pelo departamento de criação de conteúdo da Stock Car.
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