O dia 29 de novembro abre a grande temporada de compras do segundo semestre do ano. Não apenas a Black Friday está batendo à nossa porta, como o Natal está logo aí.
Você provavelmente se sente animado a aproveitar a ocasião e fazer uma série de compras, já que, em muitos casos, os descontos são atrativos. É importante, porém, estar atento na hora de comprar. Você, por exemplo, já parou para se perguntar por qual motivo quer adquirir determinado item?
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Especialistas nesse tema concordam: a força que nos move a comprar algo não vem da razão, mas da emoção. Nada errado com isso. Mas esses sentimentos que nos impulsionam a comprar muitas vezes jogam contra nós, nossa saúde mental e nosso bolso. Quem nunca adquiriu algo só porque está triste depois de uma briga com o namorado ou namorada ou está se sentindo ansioso ou irritado?
Por isso, antes de sair gastando a torto e a direito, é sempre importante nos perguntarmos se eventualmente não estamos usando aquela compra – que nem sempre é um produto que estamos cobiçando há tempos – como uma muleta para alguma questão da vida que não anda legal.
Geralmente, compras, digamos, emocionais, são feitas no impulso. Quando nos damos conta, já passamos o cartão de crédito ou o PIX.
Algo parecido acontece com a comida e a bebida. Muitas pessoas fazem uso delas como uma espécie de tapa-buraco para as questões da vida.
E é aí que mora o perigo. Compras “emocionais” podem causar estragos nas suas finanças porque, quando adquirimos algo só para nos sentirmos melhores, geralmente não colocamos na equação o nosso orçamento.
A compra é feita de modo irrefletido, sem muitas considerações a respeito do produto. O que interessa é a solução rápida para o desconforto ou a angústia do momento. É o mesmo que para aqueles que chegam em casa e vão direto buscar uma bebida porque tiveram um dia ruim no trabalho ou para os que abrem a geladeira em busca de qualquer coisa que virem pela frente porque estão sofrendo.
Só que, assim como acontece com o álcool, o cigarro ou a comida, a solução é temporária e muitas vezes vem acompanhada de culpa. Por isso, se você quer aproveitar de forma saudável a temporada de compras, faça uma boa reflexão antes de sair gastando desmedidamente.
Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
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