A Ambev assinou contratos com quatro diferentes parceiros para construção de 31 usinas solares até março do ano que vem que abastecerão todos os 94 centros de distribuição da cervejaria no país.
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O movimento faz parte de um esforço global da matriz, Anheuser Busch InBev, de ter 100% da eletricidade utilizada em todas as operações no mundo proveniente de fontes limpas até 2025 e sucede outras iniciativas do grupo na área.
Em agosto, a maior cervejaria da América Latina se aliou à alemã Volkswagen Caminhões e Ônibus para adicionar 1,6 mil caminhões elétricos à frota de seus 20 operadores logísticos até 2023.
Com o mais recente acordo, que segue um modelo conhecido no mercado como geração distribuída, a Ambev pagará um total de R$ 140 milhões ao longo de um período de 10 anos para os quatro parceiros, que por sua vez terão investido R$ 50 milhões na construção das 31 usinas solares.
“Funciona quase que como um aluguel e, ao fim do contrato de 10 anos, todas as usinas solares serão nossas”, disse o diretor de sustentabilidade e suprimentos da Ambev, Leonardo Coelho, em entrevista à Reuters.
Ele acrescentou que o projeto total requer 50 mil painéis solares, que juntos devem gerar 2.600 megawatts-hora (MWh) por mês, evitando a emissão de 2.900 toneladas de dióxido de carbono anualmente. Alguns dos componentes serão importados da China e outros montados localmente, segundo o executivo.
“A geração é suficiente para abastecer as residências de 15 mil famílias e claro que, na média, a energia deve ser mais barata, mas o benefício mais significativo disso tudo é o ambiental, não o financeiro”, comentou Coelho.
A Ambev citou pela primeira vez os planos de ter seus centros de distribuição movidos a energia limpa em dezembro, quando noticiou uma parceria inicial com uma empresa de Curitiba para construção de uma usina solar na cidade mineira de Uberlândia.
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“Goiás e Sergipe devem ser, provavelmente, os próximos Estados em nosso cronograma de implementação”, contou o diretor, ressaltando que a cervejaria tem centros de distribuição em quase todos os Estados brasileiros.
A geração distribuída vem ganhando popularidade no Brasil como uma alternativa para fomentar fontes renováveis de energia. Mais recentemente, a agência reguladora Aneel abriu uma consulta pública sobre uma proposta preliminar de alteração nas regras do modelo de negócio a partir de 2020. A expectativa é de que uma decisão seja tomada até o fim deste ano.
Mas Coelho afirmou que a decisão da Ambev de acelerar a implementação das usinas solares em sua cadeia de distribuição não está relacionada às possíveis mudanças no front regulatório. Ele ainda enfatizou que os esforços da companhia para conduzir os negócios de maneira mais sustentável não se limitam ao Brasil.
Na Argentina, 100% das cervejarias da empresa utilizam energia eólica, enquanto no Chile as operações são movidas a energia solar e eólica, de acordo com o executivo. A Ambev, na qual a matriz AB InBev detém uma participação de 61,9%, opera em 16 países nas Américas.
O investimento recente em usinas solares no Brasil surge poucas semanas após a subsidiária brasileira da rival Heineken anunciar investimento de R$ 40 milhões em um parque eólico em Acaraú, no Ceará, que produzirá energia suficiente para abastecer cerca de 30% do consumo das 15 cervejarias da marca no país.
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