As ações das três maiores empresas de telecomunicações da China caíram até 5% em Hong Kong hoje (04), o primeiro pregão desde que a Bolsa de Valores de Nova York (Nyse) anunciou a retirada das empresas em um movimento que a China considerou imprudente e opressor.
No fechamento do pregão, as ações haviam se recuperado em sua maioria.
A Nyse disse na quinta-feira que vai deslistar as ações de China Mobile, China Telecom e China Unicom após a decisão do governo dos Estados Unidos em novembro de impedir investimentos em 31 empresas que afirma serem controladas por militares chineses.
Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, disse que a ação dos EUA foi “imprudente”, opressiva e refletiu como as regras dos EUA podem ser “aleatórias, arbitrárias e incertas”.
“A China se opõe firmemente à politização dos EUA na questão comercial, ao abuso do poder do Estado e ao alargamento do conceito de segurança nacional para prejudicar as empresas chinesas”, disse Hua em uma entrevista coletiva nesta segunda-feira.
Os ADRs listados das três empresas têm um valor de mercado combinado de menos de 20 bilhões de iuanes (3,07 bilhões de dólares), ou 2,2% do patrimônio das empresas, disse a Comissão Reguladora de Valores da China.
O fechamento de capital pode colocar pressão de venda de curto prazo sobre as ações, já que os detentores dos ADRs podem converter suas participações em ações de Hong Kong antes de vendê-las. A possível remoção das ações de índices como MSCI e FTSE também pode levar à venda por fundos de índice, disse a analista do Citi, Michelle Fang.
Depois de cair mais de 4,5% para o valor mais baixo desde julho de 2007, as ações da China Mobile fecharam em queda de 0,79%. A China Telecom fechou com queda de 2,79%, enquanto a China Unicom encerrou em alta de 0,45%, ante alta de 0,89% do índice de referência Hang Seng.
Todas as três empresas disseram que não receberam uma notificação de exclusão da Nyse.
Os analistas da Citic Securities minimizaram o impacto da decisão dos EUA.
“As três empresas têm, em média, apenas 1,5% de suas ações listadas nos Estados Unidos e o restante em Hong Kong, têm ampla liquidez e não fazem nenhuma captação de recursos nos EUA há 20 anos”, disseram os analistas.
Hua disse que a China tomará todas as medidas necessárias para salvaguardar os direitos legais das empresas chinesas.
“Nos últimos anos, tem sido normal ver empresas chinesas retirarem-se da bolsa nos EUA ou terem listagens secundárias em Hong Kong”, escreveram os analistas do Citic. “Com o fechamento do capital, as três empresas de telecomunicações terão a chance de ter suas ações reavaliadas e reduzir o custo de divulgação financeira.” (Com Reuters)
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