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SETE CONSEQUÊNCIAS DA QUEBRA DO SVB PARA O BRASIL

28 de março, 2023

Monique Lima

As falências do SVB (Silicon Valley Bank) e do Signature Bank, nos dias 10 e 12 de março, provocaram um abalo sísmico no mercado bancário norte-americano. Mas as autoridades agiram depressa.

Ainda no domingo (12), o Fed, a Secretaria do Tesouro e o FDIC anunciaram que os correntistas não perderiam dinheiro, e que estavam estabelecendo uma linha de crédito para socorrer os bancos, o que acalmou o mercado.

Segundo o Itaú BBA, os bancos brasileiros não estão expostos às consequências da falência do SVB. Isso não significa que as instituições e o país não vão repercutir a quebra do banco de startups de forma indireta nas próximas semanas e meses.

O SVB era o 16º maior banco dos EUA. Seus principais clientes eram startups que abriam contas para receber valores de venture capital.

A Forbes conversou com analistas e levantou sete possíveis discussões e efeitos indiretos que a situação nos EUA poderá repercutir no Brasil.

1. Os dividendos dos bancos podem mudar

Bancos podem reduzir seus impostos ao distribuir dinheiro aos acionistas na forma de juros Sobre Capital Próprio. Assim, não só os investidores receberiam menos dinheiro, como os lucros dos bancos seriam menores devido à tributação.

2. Podem haver novas quebras no sistema bancário?

Embora o SVB tenha sido o banco de maior envergadura a declarar falência desde 2008, sua situação específica foi agravada pela elevação dos juros, que aumento os resgates e acabou provocando uma corrida bancária.

3. As fintechs terão menos acesso a capital

O caso SVB tem claras consequências para as fintechs com relação ao acesso a capital. A perspectiva é que os financiamentos, que já estavam escassos, diminuam ainda mais nos próximos meses.

4. Os juros podem subir menos nos EUA e no Brasil

A percepção de que o banco de startups faliu devido o cenário de restrição monetária mudou as apostas. Entretanto, a queda de juros no Brasil está mais atrelada à agenda político-econômica interna.

5. O crédito para empresas pode ficar mais escasso

Desde a recuperação judicial Americanas, o Brasil passa por um período difícil para o mercado de capitais em termos de crédito corporativo. A volatilidade dos spreads de crédito globais com esse evento do SVB piorou a situação.

6. Investimentos em ações americanas e BDRs ficarão menos rentáveis

A quebra do SVB provocou alguma turbulência nas ações, com os papéis de bancos americanos caindo bastante na segunda-feira (13) e terão um efeito negativo sobre as ações no longo prazo.

7. Investimentos em imóveis nos EUA serão afetados, mas não muito

Os investimentos de brasileiros em imóveis nos Estados Unidos podem ser afetados, mas não muito. Segundo especialistas, não haverá uma crise generalizada do crédito imobiliário.