Os NFTs estiveram em evidência nos últimos dois anos em função do crescimento acelerado das negociações. De acordo com dados da Nonfungible.com, desenvolvido em parceria com a companhia de pesquisa L’Atelier, em 2021, ano em que houve o maior crescimento, as vendas de tokens atingiram US$ 17,6 bilhões, alta de 21.000% em relação ao ano anterior, quando o montante de negociações ficou em US$ 82 milhões. Em 2022, com a crise no mercado de criptomoedas e maior cautela, o mercado desabou em 97%. Para 2023, as perspectivas são positivas para o retorno de crescimento, sobretudo, pela adoção dos NFTs nos mais diferentes usos: programas de fidelidade, associação, ingressos, benefícios e experiência.
“Passamos por um ciclo natural para novas tecnologias, com um crescimento acelerado, especulação e retração, para chegar em um momento de maturidade e consolidação, onde se começa a compreender a utilidade da tecnologia. Grandes marcas como McDonald ‘s, Mercado Bitcoin, Vasco, Disney, Rock in Rio, Lamborghini e NBA têm utilizado os tokens não fungíveis como estratégia de relacionamento com seus públicos, explorando diferentes formas de usá-los”, explica Guilherme Guimarães, CRO da Block4, empresa especializada em tokenização.
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De acordo com Guilherme, a tendência é que cada vez mais, os colecionáveis digitais sejam usados para elevar o nível de engajamento entre marcas, instituições, criadores de conteúdo e suas comunidades. “O mercado está mostrando, na prática, como a tecnologia de NFTs tem aplicabilidade e relevância através dos cases de diversas empresas que resolveram entrar na dinâmica. Marcas e instituições de diferentes setores e perfis de públicos têm usado os NFTs para gerar mais engajamento, estreitar laços, estabelecer comunidades, construir relevância e valor e reforçar seu posicionamento. Podemos combinar esse tipo de ação com clube de vantagens, venda antecipada, brinde mediante compra ou colecionável surpresa, de maneira personalizada”, afirma o CRO da Block4.
Afinal, o que é NFT e como criar e vender ativos virtuais?
Catarina Papa, sócia da Unblock Capital e especialista no tema, explica passo a passo o que é uma NFT, como criar e vender e o impacto dos tokens na nova economia digital.
O que é NFT?
“É um item único. Na terminologia correta – um item não fungível. No mundo digital, a gente fala que este item não fungível é representado por um token – token não fungível, ou non-fungible token no inglês. Em outras palavras, NFTs são uma forma de demonstrar propriedade sobre um ativo digital ou um ativo do mundo real representado por um token. NFTs não são reduzidos à arte, apesar de o grande boom ter ocorrido por conta da atratividade pelas artes digitais. Qualquer coisa pode ser um NFT: uma imagem, áudio, vídeo, um nome de domínio, ingressos para shows, álbuns de música, ativos digitais no jogo (por exemplo, uma skin).”
Como se cria um NFT ?
“O verbo que se referencia à criação de um NFT é cunhar- to mint, do inglês. Cunhagem de NFT é o processo que transforma um arquivo digital em um ativo digital blockchain. É impossível modificar, excluir ou editar um ativo digital registrado na blockchain. No Brasil, já tropicalizamos o termo: uma pessoa pode mintar um NFT. Em outras palavras, é a cunhagem de uma arte que a transformará em um token não fungível para que ele possa ser comprado ou vendido.”
Confira os 10 NFTs mais caros da história:
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Reprodução 1. “Everydays: the First 5000 Days”
Artista: Beeple
Último lance: 11 de março de 2021
Preço: US$ 69 milhões (33 mil ETH)A obra é do artista Mike Winkelmann, conhecido profissionalmente como Beeple. Ele fotografou todos os dias, de 1° de maio de 2007 a 7 de janeiro de 2021, e juntou as imagens em uma obra, o NFT mais caro já vendido até hoje.
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Reprodução 2. “CryptoPunk #3100”
Artista: Larva Labs
Último lance: 11 de março de 2021
Preço: US$ 7,58 milhões (4,2 mil ETH)O projeto CryptoPunks, encabeçado pelo Larva Labs e seus fundadores John Watkinson e Matt Hall, utilizou algoritmos para criar uma coleção de 10 mil obras de artes em um tamanho padrão de 24 pixels por 24 pixels. As imagens trazem personagens em um estilo que mistura o retrô com o punk. O CryptoPunk de número 7.804 foi vendido no último mês por US$ 7,5 milhões.
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Reprodução 3. “CryptoPunk #7804”
Artista: Larva Labs
Último lance: 11 de março de 2021
Preço: US$ 7,57 milhões (4,2 mil ETH)Do mesmo projeto CryptoPunks, do Larva Labs, a obra número 7.804, que traz um personagem de boina com um cachimbo na boca, é a terceira arte digital mais cara da história. O NFT foi vendido no último mês por US$ 7,57 milhões pelo CEO da plataforma Figma, Dylan Field.
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Reprodução 4. “Crossroads”
Artista: Beeple
Último lance: 25 fevereiro de 2021
Preço: US$ 6,6 milhões (3 mil ETH)Mediante as incertezas provocadas pelas eleições norte-americanas do ano passado, na qual o republicano Donald Trump enfrentou o democrata Joe Biden pela presidência dos Estados Unidos, o artista Beeple decidiu leiloar um vídeo intitulado “Crossroads”, que teria duas versões, uma para cada cenário decorrente da votação. Com a vitória de Biden, o NFT assumiu sua forma final, mostrando Trump derrotado, caído no chão. A obra foi negociada no dia 25 de fevereiro pelo valor de US$ 6,6 milhões.
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Reprodução 5. “Ocean Front”
Artista: Beeple
Último lance: 20 de março de 2021
Preço: US$ 6 milhões (2,9 mil ETH)O trabalho, supostamente, fazia parte de “Everydays”, mas foi vendido separadamente. A ideia do artista era transmitir o atual desafio da mudança climática da Terra.
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Reprodução 6. Tuíte de Jack Dorsey
Autor: Jack Dorsey
Último lance: 22 de março de 2021
Preço: US$ 2,9 milhões (1,6 mil ETH)Os lances dos interessados no primeiro tuíte do polêmico fundador do Twitter Jack Dorsey, de 21 de março de 2006, cresceram após algumas semanas no mercado. O leilão foi encerrado no 15º aniversário do tuíte. No dia seguinte, o bilionário apresentou o recibo da doação feita no valor do negócio à ONG GiveDirectly, que combate a pobreza e a fome no mundo. O montante foi repassado para a campanha “Africa Response”, que pretende ajudar famílias no continente africano.
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Reprodução 7. “Death Dip”
Artista: XCOPY
Último lance: 24 de março de 2021
Preço: US$ 2 milhões (1 mil ETH)O artista londrino XCOPY trabalha exclusivamente com NFTs. Toda a sua carreira foi dedicada à venda de artes digitais em plataformas, como, por exemplo, SuperRare, Nifty Gateway e Rarible. A obra “Death Dip”, que aborda a morte, distopia e apatia, é a sua mais cara comercializada por meio do blockchain.
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Reprodução 8. “CryptoPunk #6965”
Artista: Larva Labs
Último lance: 19 de fevereiro de 2021
Preço: US$ 1,5 milhão (800 mil ETH)Da mesma coleção de 10 mil retratos do Larva Labs, o CryptoPunk de número 6.965 é o terceiro mais caro do projeto, comercializado por US$ 1,5 milhão em fevereiro deste ano. A obra traz um chimpanzé com chapéu de pescador.
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Reprodução 9. “Gunky’s Uprising”
Artista: SSX3LAU
Último lance: 28 de março de 2021
Preço: US$ 1,3 milhão (646 ETH)SSX3LAU é uma colaboração entre o DJ 3LAU, também conhecido como Justin Blau, e o artista visual Slime Sunday. A coleção “Iridescent” consiste em peças audiovisuais que combinam a música inédita de 3LAU e a animação hipnotizante de Slimesunday.
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Reprodução 10. “Metarift”
Artista: Pak
Último lance: 20 de março de 2021
Preço: US$ 1 milhão (489 ETH)Obra mais cara já vendida do artista Pak, de quem não se sabe a identidade. Sem uma conclusão certa, há quem diga que ele não é uma pessoa física, mas uma inteligência artificial desenvolvida por engenheiros.
1. “Everydays: the First 5000 Days”
Artista: Beeple
Último lance: 11 de março de 2021
Preço: US$ 69 milhões (33 mil ETH)
A obra é do artista Mike Winkelmann, conhecido profissionalmente como Beeple. Ele fotografou todos os dias, de 1° de maio de 2007 a 7 de janeiro de 2021, e juntou as imagens em uma obra, o NFT mais caro já vendido até hoje.