Como Pri Borgonovi e Léo Galvão viraram reis dos festivais

Acessibilidade

Victor Affaro

Os relações públicas Pri Borgonovi e Léo Galvão são parceiros há nove anos e têm alguns dos clientes mais badalados do país

Quando a pandemia deu trégua e os eventos voltaram a pipocar pelas cidades, uma dupla de relações públicas rapidamente entendeu que o mundo não era mais o mesmo. Os relacionamentos haviam mudado, os paradigmas haviam mudado, e o segredo para um bom evento também não era mais o mesmo.

“Tirar as pessoas de casa ficou muito mais difícil. Luxo ganhou outro significado, e o valor das experiências únicas também”, resume Pri Borgonovi.  A paulistana fala com a propriedade de quem já trabalha no ramo há mais de 20 anos. “Entrei nesse negócio por acaso. As pessoas me procuravam porque eu era muito bem relacionada.”

Priscila chegou a ter mais de 10 funcionários na antiga agência, que englobava assessoria de imprensa, atendimento para celebridades e design. Antes de mudar os rumos da carreira, hoje focada exclusivamente em RP, ela atendia marcas como Cia. Marítima, Phytoervas Fashion e o Camarote Bar Brahma. O Carnaval, aliás, foi a grande virada profissional. “Fazer os camarotes dos desfiles me deu visibilidade suficiente para poder escolher meus clientes. Fechei o escritório no qual trabalhava várias frentes e comecei essa nova fase ao lado do Léo.”

Leia também:

O piauiense Léo Galvão é formado em jornalismo e publicidade, já trabalhava com assessoria de imprensa, mas não amava o que fazia. Chegou a São Paulo em 2014, sem conhecer ninguém, mas com uma pesquisa minuciosa sobre os profissionais de relações públicas com os quais gostaria de trabalhar. “Um dia, escrevi para a Priscila na maior cara de pau e a convidei para tomar um café. Disse que queria trabalhar junto, e meses depois ela me deu uma oportunidade.”

“Ele pesquisava tudo, sabia quem era todo mundo e saía muito. Cinco, seis lugares por noite. No nosso primeiro evento, uma exposição do Mario Testino, eu tive que dizer que ele podia relaxar e tomar um champagne. E ele negou”, diverte-se Priscila.

Hoje eles são sócios e comemoram nove anos de parceria com clientes como os mais badalados festivais de música do país. A dupla atende marcas como Gucci, Polo Ralph Lauren, Armani, Carolina Herrera, The Macallan, Agusta Helicopters e Rosewood São Paulo.

Além dos festivais, exposições, festas e restaurantes bacanas da cidade, o mercado de luxo caiu nas graças da dupla quando entendeu que não sobreviveria se mantivesse os antigos padrões excludentes que hoje podem cancelar uma marca em minutos – e que a agenda com um olhar apurado, refinado e diverso já era prática utilizada por eles há tempos.

“Claro que sabemos adequar o público ao cliente, mas o mercado de luxo precisa quebrar paradigmas. Eles estão começando a entender que os valores mudaram e que dinheiro também mudou de mãos”, comenta Priscila. “Hoje uma pessoa que pode comprar um helicóptero não vai sair de casa se não for para ter uma experiência inesquecível que talvez o dinheiro dela não possa comprar, como, por exemplo, ouvir um show da Maria Rita para poucas pessoas seguido por histórias que ela contou sobre a mãe Elis Regina”, completa Léo.

Apesar de já terem conquistado clientes importantes no país, Léo e Priscila sonham alto. Entre as metas, está trabalhar em eventos como Super Bowl, Met Gala e Grammy Awards.

Quando pergunto qual o segredo para serem donos das listas mais disputadas do país, eles respondem: “Cultivo uma relação de formiguinha com as pessoas. O convidado também é meu cliente. Ele sabe que não vou colocá-lo em uma roubada”, diz Pri Borgonovi. “Todos os dias antes de topar um trabalho, nós nos perguntamos se iríamos ao evento que nos chamaram para promover. Afinal, eu só tenho uma chance para você me dizer sim”, finaliza Léo.