Em pouco mais de três anos de atividade, a Marpa Gestão Tributária já conseguiu alcançar a impressionante cifra de R$ 1 bilhão recuperados e administrados de seus cerca de 500 clientes. “Entramos para levantar créditos e buscar alternativas para saldar os passivos de quem é devedor. Nosso objetivo é regularizar o passivo tributário das empresas”, diz o empresário Michael Soares, que começou a atuar aos 16 anos no Grupo Marpa, empresa fundada por seu pai, Valdomiro Soares, que há mais de 30 anos é líder e referência no registro de marcas e patentes no sul do país. Com a ideia de expandir os negócios para a área tributária, Michael ganhou o apoio de Valdomiro, que, como sócio, agregou a representatividade do Grupo Marpa à operação, e uniu forças ao advogado tributarista Eduardo Bitello, professor titular de MBA há quatro anos na disciplina de planejamento tributário, com quem divide o comando da empresa. Coisa de filme: eles se conheceram em uma rodada de negócios e perceberam a afinidade profissional de imediato. A sociedade deu certo – quer dizer, muito certo. Em um curto intervalo de tempo, eles chegaram à formatação do serviço de gestão tributária.
“Existem 11 formas de extinguir um débito tributário. Mas os empresários, em geral, acabam se concentrando nas duas primeiras alternativas, que são pagar o débito ou parcelar a dívida”, explica Eduardo. O software desenvolvido pelos empreendedores é capaz de gerar um perfil tributário da empresa em – atenção para a velocidade – cinco dias. A partir daí, é realizado um download dos procedimentos tributários de cada cliente: uma atualização das práticas de gestão às leis atuais. “O empresário brasileiro não sabe o que está pagando de impostos e nem sabe que, muitas vezes, possui crédito junto à União”, explica Michael. “Nosso trabalho aqui é justamente este: fazer com que o empreendedor entenda o que está pagando, e qual é a base de cálculo usada. A maioria não sabe”, completa Eduardo. “Nove em cada dez empresas pagam seus tributos de forma errada.” A principal solução adotada pela Marpa Gestão Tributária é a dação, regulamentada pela lei 13.313, de 2016, e pela portaria 32, de 2018. Pelo instrumento, a União passou a aceitar imóveis como forma de quitação de passivos tributários. O mecanismo permite a liquidação do débito pela transferência de imóvel, em vez do pagamento em dinheiro. “É um excelente atrativo. Uma nova alternativa de quitação, especialmente para empresas de pouca liquidez ou com receio de que seus bens sejam levados a leilão por valores muito abaixo dos praticados no mercado”, diz Eduardo. “Somos pioneiros no país na utilização dessa estratégia”, continua Michael. O Sincor (Sistema de Conta Corrente de Pessoa Jurídica) também aparece como uma das tecnologias originais da Marpa para gerar créditos e negociar débitos. A Receita Federal, porém, permite acesso a essas informações apenas pela via judicial. De acordo com Michael, uma única empresa contabilizou recentemente créditos desconhecidos de R$ 38 milhões junto à União por meio do Sincor. Outra alternativa é a apropriação de créditos tributários cobrados na cadeia de serviços utilizados por cada empresa. Eduardo dá o exemplo da publicidade e propaganda, setor em que, em recente julgamento, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) autorizou os contribuintes do setor de varejo a abaterem os créditos de PIS e Cofins desse determinado serviço. “Esse é o novo critério adotado pelo Judiciário, mas muitas empresas não sabem, já que não existe um departamento específico para isso. Nosso trabalho é incorporar essa estratégia no dia a dia das empresas”, explica o advogado.
Após o sólido crescimento, os planos dos sócios são ousados: duplicar o mercado de São Paulo (mais da metade dos negócios da Marpa Gestão Tributária) e dobrar de tamanho a cada ano. A meta para 2020: carteira de 1.500 clientes e abertura de um escritório no exterior – possivelmente em Nova York. A empresa que começou em 2016, em uma sala acanhada, onde Michael e Eduardo dividiam mesa e telefone, ficou no passado, assim como as viagens pelas estradas do interior do Rio Grande do Sul em busca de novos clientes. Agora, a sede principal da Marpa, em Porto Alegre, tem uma vista de cinema do lago Guaíba, onde o sol mergulha todo fim de tarde. A dupla já espalhou escritórios em São Paulo, Goiânia e Maringá. Aeroportos, hotéis e salas de reuniões Brasil afora se transformaram em um grande ambiente de trabalho onde Michael e Eduardo administram uma equipe multidisciplinar capaz de salvar empresas da surreal dinâmica tributária do país.
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