A Ambipar, multinacional brasileira especializada em gestão ambiental com presença em 16 países da América do Sul, Europa, África, América do Norte e Antártida, junto de outras grandes empresas, assinou a carta de neutralidade climática do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável). O documento afirma que as companhias, representadas pelo órgão, acreditam que o Brasil tem potencial para ser protagonista de soluções voltadas à neutralidade climática.
A carta afirma que metas mais ambiciosas de neutralização de emissões para 2050 trarão ganhos, ao Brasil, em termos econômicos, com geração de empregos e investimento em soluções de baixo carbono; comerciais, com poder de negociação no mercado internacional; ambientais, a partir da redução de emissão dos gases de efeito estufa (GEE); e reputacionais, evidenciando o potencial do país acerca do tema.
As empresas representadas pelo CEBDS reconhecem que é possível investir em boas práticas e inovações para recuperar a situação econômica brasileira e criar um modelo de economia circular, no qual as indústrias utilizem processos de baixo carbono e que os benefícios entre produzir e preservar sejam claros. O objetivo é planejar um futuro mais sustentável para o Brasil.
De acordo com Onara Lima, diretora de sustentabilidade da Ambipar, a assinatura significa agir em prol da preservação ambiental e das ações contra as mudanças climáticas, reforçando o posicionamento estratégico frente ao tema. “A empresa possui diversas ações para promover uma economia de baixo carbono, inclusive através da economia circular, processo já materializado com potencial na redução das emissões de GEE e outros projetos próprios”, explica.
A diretora de sustentabilidade também lembra que a Ambipar compensou 100% das emissões mensuradas no inventário GEE através da aquisição de unidades de carbono verificadas do Projeto PACAJAI REDD+, que incentiva a preservação da Floresta Amazônica, aumentando espaço para a vida selvagem e biodiversidade e regenerando a floresta.
Além da compensação, a companhia adotou uma série de iniciativas para reduzir as emissões de GEE, como a renovação constante da frota e o uso de carro elétrico no apoio das operações; uso de etanol em vez de gasolina; geração de energia por meio de painéis fotovoltaicos nas unidades operacionais; e a preservação de 42 hectares de áreas florestais para o sequestro de carbono.
“O Brasil é detentor de 20% da biodiversidade do planeta. Acreditamos muito no potencial do país em promover negócios mais responsáveis e sustentáveis para atingir as metas do Acordo de Paris e aquelas que ainda estão por vir na Cop-26“, afirma Onara.
A carta do CEBDS destaca, também, os ganhos do Brasil a partir da implementação de ações mais ousadas em relação à neutralidade climática. O conselho prevê que um total de US$ 17 bilhões pode ser gerado a partir de negócios sustentáveis até 2030. As ações poderiam ser responsáveis por 37% da redução de emissões, limitando o aquecimento global em 2ºC até 2030. Além disso, a carta afirma que o PIB (Produto Interno Bruto) pode crescer com processos de baixo carbono, atingindo R$ 2,8 trilhões até 2030, e que R$ 19 bilhões podem ser gerados em produtividade agrícola segundo estudos apoiados pelo conselho.
O documento também evidencia a importância da discussão entre o setor privado, sociedade civil e o governo brasileiro, já que o país possui rica biodiversidade, disponibilidade de recursos naturais, matriz energética limpa e renovável, recursos humanos capacitados e muito engajamento das empresas locais. O documento afirma que experiências como o RenovaBio e um futuro mercado regulado de carbono são ações que permitem maior atratividade para futura aceleração da entrada de recursos financeiros no país.
Outro destaque da carta é a oportunidade do Brasil de ser protagonista em negociações climáticas, citando estudo apoiado pelo CEBDS que afirma que o país consegue reduzir as emissões de GEE em 42% até 2025. “O setor empresarial tem atuado em diversas frentes, com medidas para redução e compensação de emissões de GEE, precificação interna de carbono, descarbonização das operações e cadeias de valor, investimentos em tecnologias verdes e estabelecimento de metas ambiciosas de neutralidade climática com prazos mais curtos que o estabelecido pelo país”, diz o documento.
Além da Ambipar, outras grandes marcas assinaram a carta como Bayer, Braskem, Bradesco, BRF, Carrefour, Cba, Ceptis, DSM, Ecolab, Eneva, Equinor, Icare & Consult, Ipiranga, Itaú, JBS, Lojas Renner, Lwart, Marfrig, Michelin, Microsoft, Natura, Shneider, Shell, Siemens Energy, Suzano, Ticket Log, Tozzini Freire, Vedacit, Votorantim, Way Carbon, Abag, ICC Brasil, Coalizão Brazil e Centro Brasileiro de Relações Internacionais.
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