Em um ano totalmente atípico, que teve suas normas ditadas pelo novo coronavírus, a indústria de tecnologia foi uma das poucas a apresentar um crescimento consistente. A Nasdaq, que negocia ações de mais de 3 mil companhias de tecnologia, apresentou um crescimento de 42,5% em 2020, fechando o último ano a 12.888 pontos. O aumento nos preços das ações dessas companhias mostrou não só a confiança e o otimismo dos investidores, mas também a força do setor diante das dificuldades impostas pela crise de saúde global.
Para a empresa de tecnologia sul-coreana LG, os resultados financeiros seguiram o mesmo caminho. A divisão de eletrônicos da companhia – LG Electronics – registrou seu segundo ano consecutivo de crescimento, chegando a US$ 56,45 bilhões no ano passado, alta de 1,5% em comparação com o ano anterior. Em 2019, o crescimento no faturamento também foi de 1,5%, para US$ 55,59 bilhões, ante o ano fiscal de 2018.
Embora parte de seus ganhos durante a pandemia esteja vinculada aos mercados da Ásia, Europa e Estados Unidos, a LG tem um plano agressivo – já em andamento – de intensificar seu foco na América Latina. Com mais de 5% dos investimentos globais da empresa direcionados para cá, o objetivo é conquistar a região, contemplando seus negócios B2B e B2C – residências, prédios comerciais, aeroportos e hospitais – e consolidar-se como uma marca premium de produtos de tecnologia.
Conhecida por sua linha de TVs e aparelhos de ar-condicionado, a LG quer se fortalecer nas categorias em que possui boa presença de mercado, além de intensificar presença no segmento B2B, de vendas de dispositivos para empresas. A comercialização de monitores e sistemas de refrigeração para clientes corporativos, por exemplo, representa cerca de 10% da receita. O plano é superar 20% nos próximos anos.
Para colocar essa visão em prática, o CEO da LG na América Latina, Chris Jung, ressalta que o foco da empresa na região é investir consistentemente em pesquisa e desenvolvimento para lançar produtos diferenciados e inovadores. “Seja mirando o segmento corporativo, seja o consumidor final, a competitividade neste setor vem sempre da liderança de tecnologia de produtos”, ressalta. “Queremos criar e integrar categorias premium com os nossos produtos e com a nossa tecnologia de ponta para levar nossa participação na região a outro patamar”, diz Jung.
A única maneira de garantir que os dispositivos terão a qualidade premium desejada e diferenciar-se da concorrência, segundo o executivo, é mergulhar no universo do cliente final. “É muito importante entender quais são as necessidades do consumidor, o que ele realmente quer e tornar isso um insight”, destaca Jung. Para isso, anualmente a empresa reúne esses insights regionalmente e, com a ajuda dos dados vindos de suas plataformas digitais (como a loja online e a plataforma de inteligência artificial ThinQ), procura compreender melhor os desejos de seus clientes. “Essa integração está em fase inicial na América Latina, mas será central em nossa operação.”
Uma das grandes apostas de diferenciação da LG é a sustentabilidade promovida não só pela própria empresa, mas também por seus produtos. A iniciativa “Carbono Neutro 2030”, por exemplo, prevê a diminuição da emissão de gases causadores do efeito estufa em suas plantas industriais em menos de uma década. “Nossa meta é diminuir 50% da emissão de gás carbônico até 2030, comparado ao nível que medimos em 2017”, diz Jung. “Já estamos superando nossas previsões por causa das muitas otimizações que fizemos no processo produtivo.” A empresa também projeta chegar a 100% de energia renovável em seus processos produtivos até 2050 e quer atingir uma taxa de reciclagem de lixo de 95% em suas plantas industriais até 2030.
Para atingir esses objetivos ecológicos, a empresa tem firmado parcerias com clientes corporativos, organizações socioambientais, fornecedores e colaboradores. “Estamos fazendo todas as otimizações e utilizando todas as tecnologias que temos para reduzirmos ao máximo as emissões de gás carbônico e gasto com água e energia”, afirma o CEO.
Em relação à sustentabilidade atrelada aos produtos, a LG está aliando tecnologia com eficiência no uso de eletricidade. “Alguns de nossos ares-condicionados proporcionam 70% de redução em gastos de energia, ao mesmo tempo que conseguem climatizar uma sala em um tempo 40% menor”, afirma Jung. Ao fim, somadas as reduções de emissão com a redução da pegada de carbono, a LG deve atingir sua meta de ser uma empresa carbono neutro até o final desta década.
Ao lado de todas essas ações, a companhia vai investir em ações de marketing, propaganda e produção de conteúdo para as redes sociais, com conteúdos “divertidos e que chamem a atenção”. “O objetivo é aumentar a exposição de nossos produtos nos canais digitais e mostrar seus benefícios a um número cada vez maior de consumidores”, finaliza Jung.
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