Em um tablet, um produtor rural avalia o mapa de sua propriedade gerado a partir de dados de satélites e de tratores conectados. Com inteligência artificial, um software recomenda qual tipo de semente e em que quantidade deve ser plantada. Depois, todas essas informações ficam na nuvem e podem ser comparadas, safra a safra. Para muitos agricultores da América Latina, esse nível de maturidade tecnológica já é realidade. E o Brasil é um expoente em inovação: pelo menos 84% dos agricultores brasileiros já utilizam ao menos uma solução digital na produção, segundo a Embrapa, o Sebrae e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A transformação digital na agricultura é prioridade estratégica de empresas como a multinacional de saúde e nutrição Bayer, que remodelou os próprios processos para apoiar clientes e parceiros nessa jornada, como explica o presidente da divisão agrícola da companhia para a América Latina, Maurício Rodrigues: “Nas últimas décadas, estivemos ao lado do agricultor em vários momentos históricos, da introdução de biotecnologia no campo à implementação de práticas sustentáveis, como o plantio direto na palha, por exemplo. Agora estamos em uma nova etapa, igualmente marcante, em que dados e soluções digitais vão guiar cada vez mais o setor”. Para ele, “a essência da agricultura do futuro está na tomada de decisões com base em dados”.
Foi isso que levou a companhia a criar, em 2019, a diretoria de Digital e Novos Modelos de Negócio, com foco em digitalizar a cadeia agrícola na América Latina. A área reúne tanto projetos inéditos quanto soluções consagradas, como a plataforma líder de agricultura digital Climate FieldView, que mapeia mais de 60 milhões de hectares globalmente. A América Latina é a região em que a adoção da ferramenta cresce de forma mais acelerada, em grande parte devido ao Brasil, segundo país em que é mais utilizada no mundo, e à Argentina, onde em pouco mais de um ano seu uso sextuplicou.
Soluções como essa têm permitido à Bayer trabalhar projetos inovadores como os desenvolvidos pela área de OBM (Outcome Based Models, ou Modelos de Negócios baseados em Resultados). A partir de tecnologia de ponta, a empresa faz recomendações precisas a agricultores e indica, por exemplo, a quantidade ideal de sementes a ser plantada em cada talhão de sua propriedade, a fim de obter o máximo de produtividade. “Nesse modelo de OBM, somos avaliados e remunerados de acordo com a confiabilidade das recomendações, e nos comprometemos a assumir uma parte do risco caso elas não sejam acertadas”, diz Mateus Barros, diretor de Digital e Novos Modelos de Negócio da Bayer para a América Latina. “Cada vez mais, a capacidade de gerar valor para nossos clientes será nosso principal indicativo de sucesso.”
Para ser bem-sucedida, porém, a transformação digital precisa contemplar também as pequenas propriedades, ressalta Barros. A Bayer adotou o compromisso de apoiar globalmente o acesso de 100 milhões de pequenos agricultores a soluções inovadoras até 2030. No México, por exemplo, atua para capacitar pequenos produtores de cana-de-açúcar, com base na adoção de boas práticas agrícolas e no uso de tecnologia. A primeira fase desse programa já levou cerca de mil agricultores a um aumento médio de 20% em produtividade. No norte da Colômbia, a Bayer tem apoiado pesquisas sobre uso de drones com mais de 500 pequenos produtores de arroz. Entre outras vantagens, os drones são uma solução importante para áreas não mecanizáveis, como encostas.
“Esse é o caminho que a agricultura trilhará nos próximos anos, e é essa jornada que a Bayer fará ao lado de agricultores e consumidores”, finaliza Barros.
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