Há muita tristeza entre as 230 crianças do ensino médio que trabalham em uma das fábricas de Southwire em Carrolton, Georgia. Uma das meninas teve de criar seus próprios irmãos depois de voltar para casa um dia e encontrar seus pais mortos. Outra estudante observou seus pais sendo levados para a prisão por porte de drogas e em seguida ficou grávida aos 16 anos. Mas apesar disso, essas crianças têm tido esperança, graças a uma experiência entre o trabalho e a educação.
Sierra Laster tem 16 anos e está trabalhando em uma fábrica há dois meses. “É a melhor coisa”, ela conta. “Meu objetivo é terminar o ensino médio, conseguir o meu diploma e ir para a faculdade para começar minha carreira como enfermeira”. Outro estudante chamado Jesse Harris, 17, trabalha com controle de qualidade. “Eu amo trabalhar aqui. Antes trabalhava em uma rede de fast food. Aqui eles pagam melhor e o ambiente é sem comparações”, conta.
O programa, chamado de “12 for Life” cuja ideia é: alcançar 12 “notas” é o primeiro passo para uma vida melhor. “Se você possui boa frequência e boas notas, você não vai entrar neste programa”, afirma Stu Thorn, CEO da Southwire.
Ele foi criado em 2007 pela empresa e permite que as crianças trabalhem na fábrica durante parte do dia e no resto do tempo tem de estar na sala de aula, para conseguir o diploma de ensino médio. Se algum aluno faltar na aula, não pode trabalhar. Desde o início do projeto 851 pessoas se formaram por conta dele. “São vitórias atrás de vitórias. Os estudantes estão se formando, as escolas adoram e as empresas faturam mais dinheiro. Beneficia todo mundo”, conta Jan Rivkin, da Harvard Business School.
A Southwiare investiu cerca de US$ 4 milhões (R$ 9 milhões) para manter o programa em andamento, incluindo US$ 2,4 milhões (R$ 5,4 milhões) na compra do prédio e US$ 700.000 (R$ 1,5 milhão) para construir as salas de aula. As crianças que trabalham em turnos de quatro horas mostraram mais produtividade do que os adultos em outras fábricas da Southwire.