Mary Barra, Virginia Rometty e Ana Botín são CEOs da GM, IBM e do Banco Santander, respectivamente. Isso é um exemplo de que as mulheres estão assumindo altos cargos administrativos de gigantes internacionais mais rapidamente nos dias de hoje.
Uma pesquisa realizada pela consultoria Strategy& com as 2.500 maiores empresas de capital aberto do mundo mostra que em oito dos últimos dez anos há mais CEOs do sexo feminismo entrando na força de trabalho global do que saindo dela.
O estudo também revela que homens e mulheres em altos cargos executivos têm históricos similares: eles têm aproximadamente a mesma idade, vêm da mesma região como sede da empresa, têm pouca experiência de trabalho internacional e poucos ocupam simultaneamente a posição de CEO e presidente do conselho.
O problema é que elas ainda recebem salários inferiores: as CEOs ganham 80% do salário dos homens, segundo uma pesquisa de 2013 realizada pelo Instituto de Pesquisas Políticas para as Mulheres com base em estatísticas do Secretaria de Estatísticas de Trabalho dos Estados Unidos. Mas mesmo isso é um avanço: há dois anos, esse número estava em 69%.
Isso não quer dizer que as três mulheres mencionadas do início são piores no seu trabalho do que homens que ocupam cargos similares. Uma pesquisa feita pelo “Wall Street Journal” sobre remuneração com 300 CEOs de empresas norte-americanas de capital aberto mostrou que das 14 mulheres no estudo, no ano passado, oito receberam mais e seis, menos do que US$ 11, 4 milhões, média de salário de CEOs. Mesmo assim, a diferença no pagamento existe. Por quê?
Horatio Falcão, professor titular de Ciência Comportamental do INSEAD, na França, diz que isso se deve ao fato de que mulheres não são tão boas em pedir o que elas querem. “Boas garotas não negociam”, diz em artigo publicado na revista “INSEAD Knowledge“, referindo-se ao que ele chama de “falta de habilidade de negociação”. Mas isso não é “culpa” delas
Falcão afirma que, apesar dos avanços na força de trabalho e nas políticas no que diz respeito às mulheres trabalhadoras, preconceitos de gênero ainda existem e criam um ambiente de negociação que enfatiza os pontos francos do sexo feminino e ressalta suas barreiras sociais e psicológicas durante as negociações.