Peter Bregman
Geralmente, a pessoa mais persuasiva, que é mais ouvida e respeitada por seus colegas, é a que fala pouco e, normalmente, fala por último. Para alguns, ficar em silêncio é como não estar lá. Porém, nem sempre é verdade. Estar quieto, muitas vezes, é estar prestando atenção, ouvindo outras pessoas. Ouvir é muito mais persuasivo do que falar.
Argumentar parece ser o principal modo de convencer alguém, porém não muda as ideias de ninguém e só torna as pessoas mais intransigentes. O silêncio é uma arma muito poderosa, apesar de pouco valorizada, porque permite que se ouça o que está sendo dito e mais: o que não está. Sempre há mais do que é colocado em palavras, as pessoas deixam de expressar algumas opiniões ou sentimentos.
Depois de ouvir é possível falar com base, remetendo ao que todos na sala disseram, tornando-os mais próximos e atentos ao discurso. Deixar claro que todas as opiniões foram consideradas evita que as pessoas discutam, porque a fala de quem escutou a todos é considerada a mais sábia. Estar sempre disposto a aprender com os outros ajuda a ser confiante e persuasivo.
O silêncio deve ser usado com respeito, nunca como um jogo ou como uma maneira de manipular os outros.
Ficar quieto e só ouvir é um desafio, por isso não é comum que as pessoas o façam. Requer paciência e calma para escutar opiniões e pessoas que não agradam. Mas é necessário adquirir essa habilidade para trabalhar em equipe e ainda mais para ser um líder.
A pressão por falar dificulta a missão de ficar quieto. Poucos resistem, por isso é raro ter momentos em silêncio em reuniões, por exemplo.
Evite sempre responder suas próprias questões. Mesmo que logo depois da pergunta ninguém fale, é preciso esperar até que alguém se manifeste. Assim, é possível ouvir as pessoas mais atentamente e perceber o que está por trás das palavras.