A governança corporativa é o conjunto de processos, políticas, leis e regulamentos que direcionam a maneira como uma empresa é dirigida, administrada ou controlada, e que envolve, diretamente, os funcionários e colaboradores e, consequentemente, o relacionamento entre eles, incluindo sócios, integrantes da administração e diretoria.
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A executiva Sandra Guerra tem 21 anos de experiência na área e foi uma das pioneiras a lidar com o tema em território brasileiro. Durante quatro anos foi presidente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e, por duas vezes, atuou como conselheira da International Corporate Governance Network (ICGN). Todo o seu conhecimento está agora no livro “A Caixa Preta da Governança”, que chegou às livrarias no começo deste mês.
A prática de bullying com outros integrantes atrapalha a dinâmica de uma reuniãoA especialista explica que, por atuar por meio de pessoas encarregadas de tomar decisões, as empresas estão suscetíveis a serem prejudicadas por alguns comportamentos nocivos de seus funcionários, principalmente quando eles são integrantes do conselho.
Veja, na galeria de fotos, 5 comportamentos prejudiciais dos membros do conselho que podem acabar com as regras de governança corporativa de uma empresa:
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1. Excesso de vaidade
Muitas vezes, decisões não são tomadas no âmbito dos conselhos empresariais apenas por uma questão de vaidade. É como se fosse um grupinho contra o outro – e nenhum dos dois quer perder. Sandra diz que outro motivo para que isso aconteça é a “carreira de sucesso”: “Um executivo e integrante do conselho possui, na maioria das vezes, uma trajetória de conquistas que, quando somadas, beiram o excesso de vaidade. O próprio ego atrapalha a dinâmica”.
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2. Bullying
O que muitas vezes acontece, segundo Sandra, é que um conselheiro acaba subestimando o outro. Ainda mais grave é quando um conselheiro que têm opiniões diferentes da maioria acaba sendo deixado de lado e só recebe atenção para se tornar alvo de brincadeiras, ganhar apelidos e até ter seu intelecto rebaixado. “Na maioria das vezes são comentários mal intencionados”, explica ela. As pessoas que estão presas a uma concepção fixa acabam ficando cegas, “não conseguem enxergar o ponto do outro”, o que pode resultar em um comportamento com características de bullying.
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3. Apego à própria reputação
Alguns conselheiros estão mais preocupados com a própria reputação do que com os resultados da empresa. “Às vezes, eles têm medo de que alguma coisa que não está muito clara e que pode ser mal interpretada fora da companhia abale sua credibilidade. Em alguns casos, esse apego é racional e, em outros, as pessoas nem percebem o que estão fazendo”, diz Sandra.
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4. Despreparo, ouvir pouco e falar muito
Como em muitas áreas da vida, muitas vezes as pessoas não estão dispostas a ouvir o outro, mas querem falar demais. De acordo com uma pesquisa realizada pela autora com 102 integrantes de conselhos empresariais, 95% apontaram que seus pares não se preparam adequadamente para uma reunião. Também pode acontecer o inverso: alguns membros do conselho se preparam tanto para os encontros e possuem um conhecimento tão amplo do cenário a ser debatido, que acabam desencadeando a incapacidade de ouvir o que o outro tem a dizer.
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5. Perfis multitarefa
“O conselheiro multitarefa, que fica constantemente fazendo várias coisas ao mesmo tempo – como levantar para atender uma ligação urgente no meio de uma reunião ou passar o tempo todo no whatsapp ou no email – é normalmente encarado de forma negativa por seus pares e perde pontos relevantes”, explica Sandra. É preciso lembrar que o estoque de atenção do ser humano também é limitado, ou seja, não é possível desempenhar muitas coisas ao mesmo tempo com total eficiência.
1. Excesso de vaidade
Muitas vezes, decisões não são tomadas no âmbito dos conselhos empresariais apenas por uma questão de vaidade. É como se fosse um grupinho contra o outro – e nenhum dos dois quer perder. Sandra diz que outro motivo para que isso aconteça é a “carreira de sucesso”: “Um executivo e integrante do conselho possui, na maioria das vezes, uma trajetória de conquistas que, quando somadas, beiram o excesso de vaidade. O próprio ego atrapalha a dinâmica”.