O que é necessário para formar um ótimo aluno? Para muita gente, o sucesso é definido por notas incríveis e uma prateleira repleta de prêmios. Em 2018, porém, nem todas as grandes conquistas podem ser quantificadas e destacadas em um perfil do Linkedin. Em vez disso, elas podem ser classificadas como momentos de satisfação pessoal, de saber que abriram caminhos e de estabelecer padrões que outros trabalharam arduamente para seguir.
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Kayvon Asemani, da Wharton School, na Universidade da Pensilvânia, é um aluno que viveu uma experiência profunda. Órfão, frequentou a Escola Milton Hershey, um colégio interno para os menos favorecidos, muitas vezes estudantes que sofreram traumas e tragédias no início de suas vidas. Provavelmente ele nunca seria capaz de aliviar as dores dos estudantes que vieram depois dele, mas Asemani decidiu tornar-se um mentor e orientar seus sucessores para uma vida melhor.
Seus esforços foram recompensados quando, finalmente, dois de seus pupilos da Hershey foram aceitos na Universidade da Pensilvânia, um deles na Wharton. No caso deste curso de Economia, a mentoria era um meio de fazer uma diferença simples, que Asemani espera que se espalhe ao longo do tempo. “Eu não queria ser a exceção”, diz. “Eu não queria ser o único a ter o passado que eu tinha a conseguir esse feito. Eu não queria que isso fosse um cenário improvável. Todas as crianças com origens difíceis como a minha merecem uma chance.”
Os melhores e mais brilhantes alunos colocam a mão na massa em tudo
Asemani é apenas um dos alunos que sonham e realizam apresentados na terceira edição da reportagem especial Best&Brightest Business Majors, do “Poets&Quants”, site especializado em educação. Um tributo aos formandos, a eleição é uma espécie de apresentação para todo o país dos principais líderes estudantis, empresários, financistas, consultores e profissionais de marketing da atualidade.
Para compilar a lista deste ano, o site levou em consideração 55 escolas de graduação em negócios – incluindo os 50 melhores programas de seu ranking anual – e pediu a elas que indicassem dois alunos. Cada universidade escolheu seus representantes com base em critérios próprios, embora o “P&Q” as tenha encorajado a considerar quesitos como excelência acadêmica, liderança extracurricular, caráter pessoal, potencial inato, narrativa pessoal marcante e impacto geral. No total, 101 alunos foram selecionados.
“Estudante”, no entanto, é um nome impróprio para este grupo. Durante quatro anos, eles desempenharam quase todos os papéis possíveis em suas escolas. Serviram como tutores, assistentes de ensino e mentores de outros alunos, coordenaram o jornal da escola e outras atividades internas, conseguiram estágios em empresas como Tesla, Disney e Blackstone e se ofereceram como voluntários em entidades filantrópicas.
Negócios e prazer
Os representantes da lista de 2018 formam uma classe cujos antecedentes desafiam a imagem de uma grande empresa tradicional. Leve em consideração Yah Gupta, da USC (Universidade do Sul da Califórnia). Quatro anos atrás, ele apareceu em um comercial da Intel. Apesar do perfil tecnológico, as artes são um hobby para ele, enquanto sua paixão é realmente o empreendedorismo social. No ensino médio, o jovem lançou o Sight Learning, uma organização sem fins lucrativos que promoveu a educação por meio da doação de mais de US$ 2 milhões em óculos para os necessitados em todo o mundo.
Acha impressionante? Vamos então ao caso de Shobhit Jain, da NYU (Universidade de Nova York). Ao longo de sua carreira, o trabalho o levou a situações como dançar ao lado de Justin Timberlake e vestir-se como um biscoito de chocolate. Nesta edição do prêmio, Jain foi nomeado como o melhor diretor no Festival Internacional de Cinema Estudantil de 2013 e acumulou 10 estágios, incluindo passagens pelos programas “The Tonight Show”, “Good Morning America” e até no Oscar. Depois da formatura, este cineasta emergente espera unir seu amor pela arte e pelo comércio em uma produtora.
É uma turma que tende a misturar negócios e prazer. David Shirzad serve tanto para ser presidente de classe na Southern Methodist University como para treinador do mascote da escola: um pônei Shetland chamado Peruna. Não foi uma tarefa fácil. “Peruna tem a distinção duvidosa de ser o único mascote universitário a ter matado outro mascote”, explica Shirzad.
Fora da sala de aula, Kayti Stanley, da Cornell University, é uma planejadora de casamentos certificada, enquanto Kate Wellman, do Texas A&M, faz arranjos de flores.
O “Best&Brightest” também inclui alunos que não se sentem intimidados pelo que parece impossível. Sara Miller, por exemplo, perdeu a irmã mais velha em função de um câncer no cérebro, mas salvou outra pessoa ao doar uma parte do seu fígado. A situação inspirou a administração de saúde da Universidade de Washington a formar a SODA (grupo estudantil de defensores da doação de órgãos), que já possui extensões em vários campi e cadastrou centenas de pessoas para se tornarem doadores.
Impacto e paixão
A atitude positiva é apenas uma das virtudes que conquistou a admiração do corpo docente e da administração das escolas de negócios. Na Universidade Wake Forest, Katie Dickens, uma entusiasmada do storyteling e das técnicas de scrapbooking, é elogiada por sua confiança silenciosa – que inspira e realça o que há de melhor em seus colegas. “Ela é uma líder, sem dúvida, mas uma líder que guia os outros em vez de pressioná-los, uma líder que as pessoas querem seguir”, elogia Amy Wallis, professora da escola. “Essa característica é demonstrada por sua tendência de ouvir primeiro e depois falar, sua vontade de colocar os outros no centro das atenções e seu desejo de ver aqueles ao seu redor chegarem ao sucesso.”
Asher Enciso, da Notre Dame, um amante da tecnologia contratado pela Brain&Company, recebeu aplausos de Carl Ackermann, um dos 10 melhores professores de negócios. “Eu nunca tive um aluno como ele, afirma o mestre. “Asher é um ser humano notável e incrivelmente versátil. Em qualquer dimensão que classificaria um estudante de negócios – energia, liderança, integridade, intelecto, ética, espírito empreendedor e paixão para ajudar a humanidade – ele está no topo.”
Se houvesse uma palavra para melhor descrever a eleição deste ano, a “paixão” estaria empatada com “impacto”. Para Joshua Ahazie, da Berkeley, os negócios se tornaram o veículo que trouxe sua paixão pela inclusão à vida. Muito mais do que uma coleção de pontos de vista ou um código de conduta, os negócios serviram como uma maneira de pensar para o jovem, que leva suas escolhas a produzirem impacto positivo e duradouro.
“O negócio é menos importante, ele serve mais como uma ferramenta”, argumenta Ahazie. “É uma ferramenta que torna sua paixão pragmática. A paixão é um fogo que está apenas sendo queimado, mas os negócios dão a você o discernimento e os recursos para tornar o que você pensa ou sente em seu coração uma realidade.”