Um relatório do CMX Hub, um centro de estímulo a gestores de comunidades, mostrou que 79% das empresas acreditam que as comunidades tiveram impactos positivos nos seus objetivos. O estudo contou com a consulta de profissionais de 64 países para entender o cenário do ramo de community management no mundo.
O desenvolvimento das plataformas digitais permitiu a interação de pessoas em ambientes compartilhados, nos quais os participantes possuem algum interesse ou questão que compartilham. Com esses coletivos, cria-se uma comunidade e, ao mesmo tempo, a necessidade de um profissional que cuide do engajamento dessas pessoas com as organizações envolvidas nos interesses delas.
O que faz o community manager
Community manager é o profissional responsável por gerenciar, construir estratégias e produzir conteúdos com usuários de uma comunidade. Seu principal papel é entender as questões das pessoas envolvidas nesses grupos e facilitar a interação entre os indivíduos. Por isso, a profissão combina conhecimentos sobre ferramentas digitais, criação de estratégias de engajamento e escrita com habilidades como liderança, criatividade, capacidade de comunicação e empatia.
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O funcionamento de uma comunidade varia de acordo com a área de interesse, a relação dos seus integrantes e a plataforma pela qual essas pessoas interagem. “Em um fórum para interação, por exemplo, é função do community manager garantir que a comunidade sempre funcione dentro das regras”, diz Emiliano Agazzoni, CEO da Community Manager School e especialista em gestão de comunidades.
Community management ao redor do mundo
Ao redor do mundo, 4,6 milhões de pessoas já trabalham como community managers, segundo dados do LinkedIn. Delas, 300 mil estão na América Latina em países como Brasil, Argentina, Colômbia e México.
Ainda de acordo com a pesquisa da CMX, empresas de tecnologia compõem quase a metade (47%) das organizações que contratam community managers, seguidas pelas organizações em educação (11%), sem fins lucrativos (7%), serviços profissionais (6%) e finanças (6%). “Poderíamos dizer que toda empresa poderia ter uma comunidade e, assim, contratar um community manager”, aponta Emiliano. “Entretanto, algumas delas têm mais facilidade de construir essas comunidades, como empresas digitais e de softwares, escolas e universidades e Ongs.”
Gestão de comunidades no Brasil
A pandemia evidenciou a necessidade de empresas brasileiras contratarem gestores de comunidades. “Durante a pandemia, deu um boom”, explica Agazzoni. “Cada vez mais empresas estão criando cargos para esses profissionais.”
No Brasil, 2,4 mil pessoas são membros ativos da Community Manager School, centro de formação desses profissionais. Um quarto, aproximadamente, daqueles que buscam essa formação são das áreas de marketing e publicidade, seguidos por aqueles de tecnologia (13%).
Companhias como Natura, Nestlé, Picpay, Nike, Nubank e Cisco são empresas que contam com community managers em suas equipes brasileiras. De acordo com a CM School, o salário médio para um profissional de community manager em uma empresa, no Brasil, é de R$ 8 mil a R$ 16 mil mensais, variando de acordo com o nível de experiência dele.