Quase 90% dos profissionais dos ramos jurídico, contábil, de comércio exterior e compliance acreditam que, nos próximos cinco anos, treinamento básico em IA (inteligência artificial) será obrigatório para os funcionários dessas áreas. É o que mostra um estudo da Thomson Reuters que entrevistou 1,2 mil funcionários desses ramos entre maio e junho deste ano.
Isso ainda deixa espaço para que outros treinamentos mais complexos sobre como lidar com essas tecnologias no trabalho sejam aplicados e que novas habilidades sejam requeridas para esses profissionais nos próximos cinco anos, segundo 87% dos entrevistados.
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No entanto, o levantamento mostra que há desafios para a integração da IA às carreiras apontadas. As principais dificuldades apontadas pelos profissionais são:
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Getty Images 1. Grande lacuna de conhecimento de novas habilidades requeridas pela IA (citada por 20%)
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Getty Images 2. Precisão e confiança na IA (9%)
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Getty Images 3. Perda de empregos, especialmente em posições com menor senioridade (8%)
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Getty Images 4. Pressão para a adoção de IA (8%)
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Getty Images 5. Adaptação à mudança, especialmente de gerações mais velhas (8%)
1. Grande lacuna de conhecimento de novas habilidades requeridas pela IA (citada por 20%)
Para romper essas barreiras, 68% acreditam que a forma como os empregados mais jovens são capacitados irá mudar nos próximos cinco anos. Outros 67% creem que as formações acadêmicas nesse mesmo período serão transformadas para que a IA possa beneficiar o trabalho. “Os profissionais precisam ter clareza sobre as fontes de informação, entender como um sistema de IA chega às suas conclusões para se sentirem confiantes de que a ferramenta é segura,” diz Adrián Fognini, managing director da Thomson Reuters para a América Latina.
Novas trajetórias profissionais e funções
A pesquisa também prevê um aumento no número de profissionais que não têm as qualificações tradicionalmente exigidas para essas profissões. Com a ajuda da inteligência artificial, eles vão conseguir realizar tarefas normalmente feitas por quem tem formação nessas áreas. Um paralegal, que atua na área jurídica, mas não tem a formação para ser um advogado, poderá cumprir funções automatizadas pelas novas tecnologias. 28% dos entrevistados acreditam que isso deve acontecer nos próximos 18 meses, enquanto outros 40% pensam que tais mudanças devem ocorrer nos próximos cinco anos.
Enquanto isso, 25% esperam ver o surgimento de novas trajetórias profissionais nas carreiras jurídica, contábil, de comércio exterior e de compliance nos próximos 18 meses e, para 41% dos entrevistados, essas mudanças devem acontecer nos próximos cinco anos.