O CEO da Adidas, Bjorn Gulden, pediu desculpas por sugerir, durante um podcast que o rapper Ye, também conhecido como Kanye West, não pretendia fazer declarações antissemitas (quando fez declarações antissemitas) no ano passado. A fala do rapper resultou no rompimento do contrato entre a marca de roupas esportivas com o artista, agora um ex-bilionário, no ano passado.
O CEO da ADL (Liga Anti-Difamação), Jonathan Greenblatt, tuitou na quinta-feira (21) que havia conversado com Gulden, que “se desculpou por sua declaração incorreta”. Gulden também disse a Greenblatt que sua empresa está “comprometida em combater o antissemitismo” e se opõe ao “ódio horrível” expresso por West.
Leia também
- Por que o Kanye West saiu da lista de bilionários da Forbes?
- Os maiores fracassos de carreira de 2022
A Adidas confirmou na sexta-feira (22) que estava em contacto com a ADL e que sua decisão de cortar relações com o polêmico rapper “foi absolutamente acertada” e a postura da empresa não mudou.
Gulden assumiu o cargo de CEO da Adidas no início deste ano, depois que a gigante do vestuário esportivo encerrou sua parceria com West e sua marca Yeezy.
Relembre o caso com Kanye West
Na semana passada, Gulden apareceu em um podcast norte-americano chamado “In Good Company”, no qual ele falou sobre a polêmica em torno da decisão de West e da Adidas de romper a relação com o rapper. Gulden disse reconhecer que West fez alguns comentários que não eram “tão bons”, mas não achava que o rapper “foi sério no que disse” sobre o povo judeu. Gulden acrescentou que não acha que West seja “uma pessoa má, simplesmente pareceu assim”. Gulden então elogiou o rapper, chamando-o de “uma das pessoas mais criativas do mundo, tanto na música quanto na cultura de rua”.
A Adidas e várias grandes marcas romperam relações com West no ano passado, depois que o rapper fez uma série de comentários antissemitas nas redes sociais. As postagens levaram à suspensão de suas contas em todas as principais plataformas de mídia social. Depois disso, o rapper apareceu em vários podcasts e entrevistas onde redobrou seus comentários e até elogiou Adolf Hitler.
No início deste ano, a Adidas deu início ao processo de vender seu estoque restante de mercadorias Yeezy. Em seus resultados de lucros do segundo trimestre de 2023, a empresa comunicou que a collab Yeezys havia gerado cerca de US$ 437 milhões de em receitas. Isto estava “em grande parte alinhado” com as vendas da Yeezy durante o mesmo trimestre de 2022, mostrando que a controvérsia pouco fez para diminuir o interesse na marca.
Estas vendas foram realizadas apenas através do site e aplicativo da empresa, e a Adidas publicou que planeja doar uma “quantia significativa” desse dinheiro para “organizações selecionadas que trabalham para combater a discriminação e o ódio, incluindo o racismo e o antissemitismo”.
Apesar disso, a marca anunciou que sofreu um impacto de US$ 770 milhões no primeiro semestre de 2023 devido à “descontinuação do negócio regular da Yeezy”.
* Siladitya Ray é jornalista da Forbes USA. Ele faz a cobertura de hard news e notícias sobre negócios
(Traduzido por Fabiana Corrêa)