Que diferença um ano faz.
Em um ano em que o ChatGPT se tornou ainda mais popular, a indústria de tecnologia demitiu mais de 200 mil trabalhadores e a economia parecia caminhar a uma recessão, a conversa em torno do “futuro do trabalho” já foi mais pessimista. Em meio a muitas preocupações, existem pontos positivos: a IA generativa pode substituir alguns trabalhos, mas pode tornar outros mais fáceis e menos tediosos.
-
Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
A segunda lista Forbes Future of Work 50, feita pela Forbes USA, destaca os líderes, empresas, pensadores e equipes que ajudam a definir o futuro do trabalho. Alguns membros são altos executivos de empresas multinacionais, outros são ativistas que lutam pelos direitos dos trabalhadores e há líderes de startups relativamente desconhecidos mas com ideias inovadoras.
Consultamos mais de 50 consultores, acadêmicos, investidores e executivos para saber o que está moldando a forma como iremos trabalhar.
Leia também
- A GenZ está pedindo demais? Como essa geração vai definir o futuro do trabalho
- Futuro do trabalho: 4 tendências para ficar de olho em 2024
(Essa lista é, por definição, uma fotografia atual e não tem ordem de classificação.)
20 lideranças que estão comandando a evolução do trabalho
-
Forbes USA Sam Altman, cofundador da OpenAI, e Mira Murati, diretora de tecnologia
Com o lançamento do ChatGPT em novembro passado, a OpenAI tornou a inteligência artificial generativa acessível aos trabalhadores. Com um investimento de US$ 10 bilhões da Microsoft poucas semanas depois do lançamento do produto. Embora Altman e Murati acreditem nos benefícios da IA, eles têm alertado os governos sobre os riscos dessa tecnologia, estimulando-os a regulamentar as novas tecnologias. Embora não esteja claro se a OpenAI continuará a dominar o mercado nos próximos anos, não há dúvida de que o ChatGPT já mudou a maneira que muitas pessoas trabalham.
-
Harvard Claudia Goldin, professora da Universidade de Harvard e vencedora do Prêmio Nobel de Economia em 2023
Goldin é a terceira mulher na história a receber o Prêmio Nobel de Economia. Ela foi reconhecida pelos seus estudos sobre a disparidade salarial entre homens e mulheres e o porquê da maternidade ser decisiva para a diminuição dos salários das trabalhadoras. Aos 77 anos, ela ainda causa impacto na academia, com pesquisas recentes descrevendo como homens são beneficiados profissionalmente pela paternidade.
-
LinkedIn Ryan Roslansky, CEO do LinkedIn
O LinkedIn, de propriedade da Microsoft, aumentou sua força durante a pandemia à medida que trabalhadores isolados em casa tentavam permanecer conectados, abrir-se sobre questões pessoais e construir suas marcas como criadores e influenciadores. Roslansky, que se tornou CEO da plataforma em junho de 2020, supervisionou esse período de crescimento, incluindo oito trimestres com aumento do número de membros – o LinkedIn recentemente atingiu recentemente um bilhão de membros -, o lançamento de ferramentas de IA e um recurso que aposta em competências para o futuro do mercado de trabalho. Em meio a um mercado de trabalho em crise, o LinkedIn teve duas rodadas de demissões em massa este ano.
-
Canva Melanie Perkins, CEO e cofundadora do Canva
A CEO e visionária por trás da plataforma de design com sede em Sydney, Perkins tornou o Canva uma marca cada vez mais popular para empresas por meio de ferramentas baseadas em IA. A empresa com 10 anos de existência quase duplicou o seu número de usuários nos últimos 12 meses. A Perkins também é elogiada por cultivar uma cultura centrada nos funcionários do Canva, desde quartas-feiras “sem reuniões” até equipes organizadas por horários para maximizar a colaboração.
-
Anúncio publicitário -
Nvidia Jensen Huang, CEO e cofundador da Nvidia
A capitalização da empresa de tecnologia Nvidia ultrapassou US$ 1 trilhão pela primeira vez em maio, impulsionada pela IA. A empresa criou um novo tipo de chip para a indústria de jogos: a unidade de processamento gráfico. Além disso, a empresa adaptou os chips às necessidades técnicas da IA, construindo softwares, equipes de IA e sistemas de computação completos para torná-la um parceiro essencial para os desenvolvedores. A empresa de pesquisa TrendForce prevê que a Nvidia representa de 60 a 70% do mercado global de chips de IA.
-
Getty Images Taylor Swift, cantora
Talvez nenhum artista tenha confrontado mais o sistema e a misoginia da indústria musical do que Taylor Swift, ganhando mais poder, controle criativo e direitos de propriedade de suas criações ao longo da luta. Com sua Eras Tour prestes a ser a turnê de maior bilheteria de todos os tempos, e com um filme que está quebrando recordes nos cinemas, a recém-bilionária também conquistou fãs por impulsionar as economias locais das cidades por onde passava. A cantora também ganhou elogios como chefe, supostamente dando milhares de dólares aos funcionários da turnê.
-
Google James Manyika, VP sênior de pesquisa, tecnologia e sociedade do Google
Como VP sênior de pesquisa, tecnologia e sociedade do Google, Manyika é responsável por garantir que as inovações da empresa sejam desenvolvidas e distribuídas de forma acessível. Embora o acadêmico, cientista e consultor nascido no Zimbábue tenha influência em todo o mundo, ele é mais conhecido no Vale do Silício como um especialista na intersecção entre tecnologia e sociedade. Como presidente e diretor do McKinsey Global Institute, Manyika ajudou a moldar o debate sobre como o trabalho será organizado e o impacto social da desigualdade de renda e do acesso à tecnologia.
-
Salesforce AI Clara Shih, CEO da Salesforce AI
“Pesquisar clientes, ler documentos e escrever e-mails de acompanhamento são tarefas muito onerosas e frustrantes”, diz Clara Shih, CEO da Salesforce AI. Em sua segunda passagem pela gigante do software, à qual ela voltou após fundar a plataforma de software Hearsay Systems, Shih está traçando estratégias para automatizar esses processos com IA generativa. Ao liderar os esforços da Salesforce para incorporar com segurança recursos de IA em suas principais ferramentas, a executiva está desempenhando um papel fundamental na redefinição de como trabalhar para representantes de vendas, marketing e atendimento ao cliente em um dos principais players da indústria de tecnologia.
-
Indeed Chris Hyams, CEO da Indeed
Como CEO da Even, Hyams teve que cortar 15% dos empregos em sua própria empresa no início deste ano com a piora da economia. No entanto, o ex-professor e músico, que supervisiona um dos maiores empregadores do mundo, está tentando gerar mudanças com a Indeed, com o objetivo de encurtar o tempo que os candidatos a emprego levam para serem contratados pela metade até 2030. Ele também está incentivando a transparência salarial, exigindo que os empregadores incluam faixas salariais nos anúncios de emprego quando uma lei assim o exigir.
-
Reshma Saujani Reshma Saujani, fundadora das organizações Girls Who Code e Moms First
Saujani passou mais de uma década reivindicando políticas de trabalho que dão suporte a mulheres, mães e meninas. Sua Ong Girls Who Code já ofereceu aulas de programação a mais de 580 mil meninas. Hoje, seu grupo de advocacy Moms First quer criar uma nova cultura de trabalho e políticas que auxiliam mães a se envolver mais com suas carreiras.
-
Adobe Shantanu Narayen, CEO e presidente da Adobe
Um dos CEOs mais antigos do setor de tecnologia, a empresa de Narayen apostou tudo na IA, integrando sua IA Firefly às suas ferramentas, do Photoshop ao Illustrator. Para os consumidores, a empresa oferece um aplicativo para gerar criações com o uso de IA. E à medida que as empresas se preocupam em lidar com questões comerciais e de direitos autorais que podem surgir com imagens e IA, a Adobe oferece a eles o pagamento das possíveis indenizações que possam surgir. A empresa contrariou a tendência do mercado de tecnologia ao não fazer demissões em massa durante 2023 e abriu um novo prédio de escritórios para trabalho híbrido.
-
Atlassian Annie Dean, líder global de anywhere office da Atlassian
Annie Dean, que já ocupou cargos de liderança de trabalho remoto na Meta e na Deloitte antes de liderar a abordagem anywhere office da Atlassian, se destaca por trazer fortes argumentos para a discussão. Ela defende o uso de dados para decidir o regime de trabalho dos funcionários. Apoiado pelos dados internos da Atlassian, Dean acredita que o futuro do trabalho não depende apenas de onde as pessoas trabalham, mas como.
-
Anthropic Dario Amodei e Daniela Amodei, cofundadores da empresa de IA Anthropic
Os irmãos Amodei chamaram atenção em 2021 quando fizeram parte de um grupo de pesquisadores que pediram demissão da OpenAI para fundar uma empresa competidora, supostamente devido a dúvidas sobre a comercialização. Dois anos depois, a Anthropic mudou de rumo ao fechar parcerias com a Zoom e o BCG (Boston Consulting Group) e levar o concorrente do ChatGPT, a plataforma Claude, para empresas. A Amazon investiu US$ 4 bilhões em setembro na Anthropic, e o Google assumiu um compromisso de US$ 2 bilhões no mês seguinte. À medida que a batalha sobre o impacto da IA cresce, a Anthropic espera destacar-se dos concorrentes com foco na mitigação dos riscos da IA a longo prazo.
-
McKinsey Lareina Yee, sócia-sênior e presidente do conselho de tecnologia da McKinsey & Co.
Como a primeira diretora-chefe de diversidade, equidade e inclusão da McKinsey, Yee pressionou por uma maior representação nos altos escalões da empresa. Ela foi cofundadora da pesquisa anual “Women in the Workplace” com a organização LeanIn.Org sobre mulheres no mercado de trabalho. A sócia sênior agora também é presidente do conselho de tecnologia da McKinsey e ajuda as empresas a se planejar para evoluir a IA generativa e outras tecnologias.
-
Universidade de Harvard Prithviraj (Raj) Choudhury, professor associado da Harvard Business School
Para compreender o mundo do trabalho em constante transformação, precisamos de dados mais concretos e de menos opiniões. A pesquisa de Choudhury sobre o conceito de anywhere office (trabalhar de qualquer lugar), que ele estudava muito antes da pandemia, é uma das mais famosas do pesquisador. Aclamado por outros especialistas do futuro do trabalho por seus estudos profundamente perspicazes e por estudar funcionários remotos fora do perfil habitual de funcionário do meio corporativo, as pesquisas de Choudhury descobriram que ter a liberdade para escolher locais de trabalho leva a um aumento de produtividade. Seu trabalho mais recente concentra-se em trabalhar fora do ambiente de escritório e em como isso pode construir conexões entre trabalhadores e se tornar alternativas futuras aos escritórios nos centros urbanos.
-
Microsoft Jenny Lay-Flurrie, diretora de acessibilidade da Microsoft
Flurrie lidera o esforço da Microsoft para aumentar a acessibilidade e a inclusão de pessoas com deficiência através dos produtos, práticas e políticas da empresa. Ela também é uma defensora da redução do preconceito contra pessoas com deficiência, que estimula a manter a taxa de desemprego das pessoas com deficiência em cerca do dobro da taxa das pessoas sem deficiência. A equipe de Flurrie lidera os esforços de contratação inclusiva da Microsoft, que criou uma plataforma de carreira para trabalhadores neurodivergentes e compartilha tais práticas com outros empregadores que querem iniciar programas de contratação semelhantes.
-
Comprehensive Roger Lee, fundador da plataforma de acompanhamento de demissões Layoffs.fyi
Se você leu sobre as demissões no mercado de tecnologia, provavelmente já viu dados da plataforma Layoffs.fyi, que monitora as empresas que estão demitindo e os números de cada demissão. Roger Lee, que lançou o site em 2020 para rastrear os cortes, diz que agora o site tem mais de 1 milhão de visualizações mensais. Junto com os dados da empresa, o rastreador geralmente inclui listas de busca de emprego com informações de funcionários demitidos nesses desligamentos e que aceitaram ser incluídos na lista disponível a outros empregadores. Em meio a mais leis de transparência salarial, Lee também iniciou a plataforma de software Comprehensive para ajudar os empregadores a rastrear salários em mais de 5 mil empresas, montar pacotes de remuneração que atendam às normas do setor e eliminar desigualdades.
-
Universidade de Stanford Fei-Fei Li, professora da Universidade de Stanford
Li quer garantir que pessoas de diversas indústrias estejam envolvidas no desenvolvimento e lançamento da IA. Em conversas com o presidente Biden, a pesquisadora de tecnologia apelou a um maior esforço do governo na regulação da IA e no fornecimento de recursos para a sua utilização em áreas como a saúde e o monitoramento do clima, que beneficiam a sociedade. Muitas vezes chamada de “madrinha da IA”, Li, cujo biografia relata sua jornada como cientista, trabalhou em renomadas pesquisas sobre IA como professora no departamento de ciência da computação de Stanford durante os últimos 14 anos.
-
Getty Images Fran Drescher, presidente do sindicato de atores SAG-AFTRA
Como presidente do SAG-AFTRA (Screen Actors Guild), a federação norte-americana de artistas de televisão e rádio, Drescher liderou o sindicato durante uma greve com grandes estúdios. No processo, a atriz e presidente vencedora do Emmy pelo filme “The Nanny” tornou-se uma formidável liderança ao requerer maior remuneração aos roteiristas e lutar por mais voz sobre o uso de IA nas imagens dos atores. Sobrevivente do câncer, ela também viajou pelo mundo defendendo a saúde de mulheres.
Sam Altman, cofundador da OpenAI, e Mira Murati, diretora de tecnologia
Com o lançamento do ChatGPT em novembro passado, a OpenAI tornou a inteligência artificial generativa acessível aos trabalhadores. Com um investimento de US$ 10 bilhões da Microsoft poucas semanas depois do lançamento do produto. Embora Altman e Murati acreditem nos benefícios da IA, eles têm alertado os governos sobre os riscos dessa tecnologia, estimulando-os a regulamentar as novas tecnologias. Embora não esteja claro se a OpenAI continuará a dominar o mercado nos próximos anos, não há dúvida de que o ChatGPT já mudou a maneira que muitas pessoas trabalham.
Veja aqui todas as 50 personalidades selecionadas pela Forbes como pioneiros na transformação do trabalho.