A Starbucks anunciou uma grande mudança em sua equipe de liderança nesta terça-feira (13), substituindo seu CEO pelo principal executivo da Chipotle, enquanto a rede de café enfrenta vários desafios de investidores ativistas durante uma prolongada crise no mercado de ações.
A Starbucks disse que o atual presidente-executivo, Laxman Narasimhan, renunciou com efeito imediato, encerrando um mandato de 17 meses como CEO. Agora, Brian Niccol, CEO da rede de burritos Chipotle, assumirá a mesma função na rede de cafeterias em 9 de setembro, com a diretora financeira da empresa, Rachel Ruggeri, atuando nesse ínterim.
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As ações da Starbucks subiram mais de 20% na abertura do mercado, enquanto as ações da Chipotle caíram quase 9%. A Chipotle anunciou que seu diretor de operações, Scott Boatwright, substituirá Niccol como CEO interino.
A escalada matinal de mais de 20% no preço das ações da Starbucks seria o melhor dia desde sua oferta pública inicial em 1992, de acordo com dados da FactSet. As negociações iniciais podem ser altamente voláteis à medida que os investidores digerem as notícias, mas é um reflexo da esperança dos investidores de que Niccol possa ajudar a recuperar as ações.
Saiba quem é Brian Niccol?
Formado em 1996 pela Miami University of Ohio, Niccol trabalhou como CEO da Chipotle desde 2018, atuando também como presidente do conselho da empresa desde 2020. Niccol foi o presidente-executivo da Taco Bell de 2015 a 2018 e atua no conselho de administração no Walmart, o varejista tradicional mais valioso do mundo. A gestão de Niccol na Chipotle coincidiu com uma explosão no preço das suas ações, ganhando mais de 1.000% desde a sua nomeação, em fevereiro de 2018, ajustando-se à sua recente divisão, à medida que os lucros líquidos anuais da empresa aumentaram seis vezes.
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A Starbucks está em busca de uma faísca que impulsione seus negócios, já que suas ações tiveram desempenho significativamente inferior ao S&P 500 no acumulado do ano, em bases de 5 e 10 anos, com as ações sendo negociadas na segunda-feira cerca de 20% abaixo de onde estavam em agosto de 2019.
Isso ocorreu enquanto a Starbucks enfrentava uma desaceleração significativa no crescimento das vendas – os analistas esperam que a empresa reporte menos de 2% de crescimento anual no ano fiscal que termina no próximo mês – e, talvez, mais crucialmente, uma incapacidade até agora de recuperar os lucros pré-pandemia, com os seus US$ 4 bilhões (R$ 21,9 bilhões na cotação atual) de lucro líquido projetado para 2024, bem abaixo do recorde de US$ 4,5 bilhões (R$ 24,7 bilhões) de 2019. Empresas notáveis, como a Elliot Investment Management e a Starboard Value, adquiriram recentemente participações consideráveis na Starbucks para pressionar a empresa a concentrar-se no aumento de valor para os acionistas.