População dividida e desconfiada, conta com renovação e diálogo entre poderes como garantia de governabilidade e superação
Passadas as eleições brasileiras, que reelegeram a Presidente Dilma Rousseff para um novo mandato de quatro anos; mas que também renovaram o Congresso Nacional com a eleição dos novos Deputados Federais, bem como de um terço do Senadores, além da nova constituição das Assembleias Legislativas Estaduais com a eleição dos Deputados Estaduais, bem os Governadores nos Estados teremos um novo Brasil na esfera política a partir de 2.015, ou seja, o país passará por uma importante renovação dos Poderes Executivos, Estaduais e Federal, bem como das casas Legislativas, em ambas esferas.
Com tamanha mudança, ainda que alguns tenham sido reeleitos, é natural que o país tenha de enfrentar um importante período de acomodação das novas forças políticas, que agora assumem o poder. Haja vista, que em ambas esferas, Estaduais e Federais, os chefes dos Poderes Executivos de cada instância deverão buscar um amplo diálogo para garantia de uma governabilidade.
Na esfera Federal, essa capacidade de dialogar com as instituições, com o Congresso Nacional e a sociedade civil será ainda maior, já que as urnas mostraram um país eleitoralmente dividido. É certo que a margem da vitória da atual presidente se deu por uma pequena margem de votação, ou seja, existe uma parte significativa da sociedade, nos Estados de maior relevância para o PIB nacional, que manifestaram desagrado com a condução da política nacional por parte do grupo político que foi reconduzido ao Poder.
Somado a isso o País passa por momento de importância e grande preocupação no âmbito econômico, com um baixo crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro. Nesse ano, não irá superar a casa de 1% (um por cento), agravado por uma crescente inflacionária que compromete o poder de compra da moeda, especialmente para as classes sociais de menor poder aquisitivo. Tudo isso, pressionado por um significativo desajuste nas contas públicas, que indicam uma elevação do déficit público.
Reformas, a tanto discutidas, se mostram nesse momento imperiosas. Havendo, a necessidade de uma grande alteração do sistema tributário brasileiro, que além de apresentar elevada carga tributária, talvez seja uns dos mais complexos e dispendiosos sistemas vigentes no mundo. Com incontáveis obrigações assessoriais, que impõe enormes custos às empresas, sem falar na necessidade de revisão da legislação trabalhista e a tão esperada reforma política.
Assim, o que notamos nesse momento é um estágio de ebulição dos anseios da sociedade, que exigirá notável capacidade dos gestores públicos no sentido de impor um ritmo de mudanças e ajustes necessários para que o Brasil possa se reencontrar com a rota do crescimento sustentável com geração de renda, empregos e desenvolvimento.
Apesar do sentimento generalizado de desconfiança por parte do tecido empresarial brasileiro com relação as ações que o Poder Central brasileiro poderá adotar, objetivando o reencontro do crescimento econômico e estimula à atividade empresarial, especialmente no setor produtivo primário, esse também pode se transformar em um momento de oportunidades ímpares e salutares para aqueles de alguma forma assumirem riscos em novos nichos que, hoje, são deficitários no País.
O ano de 2.015 será o portal indicativo do rumo que o Brasil seguirá a partir de então, e poderá ser relevante para os resultados que todos poderão alcançar nos anos seguintes. Ansiedade nesse momento não faltará, mas uma coisa é certa, serão tempos de muito trabalho e enormes desafios.