O jovem empreendedor brasileiro Edward Davies, de 30 anos, deixou sua vida na Europa para trás decidido a recriar “um pedacinho de Paris” (sua última cidade) em São Paulo. Ao lado da irmã Nathalie, ele inaugurou em junho, no bairro da Vila Nova Conceição (SP), a Éclair Moi Paris (Rua Afonso Braz, 668, 11-2639.5899). A princípio, a casa parece monotemática. Afinal, ela vende basicamente dois produtos: a chamada éclair (ou bomba no Brasil), o carro-chefe da confeitaria e um dos doces mais populares da França; e a créclair, uma invenção que resultou da combinação do formato do croissant com a massa e o recheio da éclair – oferecida com recheios de creme, chantilly e geleia de pêra.
Uma rápida olhada na vitrine remete imediatamente às éclairs parisienses da Fauchon e do Pierre Hermé. Toda éclair criada pela casa da Davies tem exatamente 13 centímetros, cores que fogem do lugar comum e acabamentos diferenciados. Ao contrário da maioria das confeitarias brasileiras, a Éclair Moi Paris não produz só doces com a massa choux, a base da éclair e também das conhecidas carolinas. Lá, éclair também é sinônimo de salgado.
Ao todo, são oferecidos 15 sabores, a exemplo d0 red velvet (creme de manteiga com chocolate), paris brest (creme de avelã), chocolat noirissime (com dois tipos de chocolate belga e um francês, todos de alta concentração de cacau), expresso suave (café), caramel beurre sale, vanille bourbon (baunilha), chateaux chantilly, creme citron (limão siciliano), vanille eau de rose (baunilha com rosas) e pistachissime (pistache). Para quem deseja experimentar a éclair salgada, há sabores como jambon & beurre (presunto com queijo), tomates & mozzarella, creme de queijo com tomates secos e mousse de fígado (creme de fígado) e cobertura com cristais gelatinosos de vinho.
O preço da éclair foi fixado em R$ 15. Já a créclair sai por R$ 6. Para justificar o valor elevado de seu carro-chefe, Davis explica que só usa produtos de alta qualidade e segue processos iguais aos da França para criar a massa choux e seus sofisticados recheios e coberturas. “Quando retornei ao Brasil, meu sonho era ter uma confeitaria, provavelmente o único lugar aonde o cliente entra sorrido e sai sorrindo. Na minha busca por locais parecidos, eu percebia uma lacuna enorme no mercado de doces, ainda mais neste momento gourmet”, recorda. Foram 12 meses pesquisando o mercado e entrando e saindo de confeitarias para experimentar as bombas brasileiras. Muitas, brinca ele, se revelaram “verdadeiras bombas”, dado o recheio líquido demais ou a massa murcha.