A mídia estatal chinesa foi acusada de racismo na reprodução dos pôsteres “Star Wars: O Despertar da Força” usados no país. As reproduções deixam de fora ou colocam em segundo plano personagens que não são brancos. O órgão responsável, controlado pelo governo, negou nesta quarta-feira (9).
No início da semana, fãs reclamaram no Twitter que o ator britânico John Boyega, um dos protagonistas do filme, foi diminuído nos pôsteres chineses. Outros personagens com atores não brancos, incluindo Poe Dameron, de Oscar Isaac, e Mas Kanata, de Lupita Nyong’o, foram completamente retirados, assim como o Chewbacca.
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“Finn (que é negro) e Chewbacca (que é um Wookie) foram minimizados na China”, tuitou Ray Kwong, colunista e comentarista político de Hong Kong. Outro usuário do Twitter chamou o pôster de “profundamente errado”.
Houve também a comparação dos pôsteres à controvérsia em relação a uma campanha promocional italiana do filme “12 Anos de Escravidão” que marginalizou a estrela Chiwetel Ejiofor em favor de Brad Pitt, que tinha um papel breve no filme. O estúdio Lionsgate retirou os pôsteres e disse que não haviam sido autorizados.
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No entanto, nem todo mundo concordou com as críticas. O jornal estatal chinês Global Times citou diversos analistas locais que diziam que “as mudanças não têm nada a ver com racismo”. “O pôster é apenas um método de promoção e um caso individual, então é injusto acusar as audiências chinesas de discriminação contra o ator negro”, fala Chen Qiuping, da Beijing Film Association, citada no jornal.
No entanto, o próprio Global Times já enfrentou acusações de racismo no passado. No início deste ano, publicou uma charge do presidente dos Estados Unidos Barack Obama em sua viagem ao Quênia com a legenda “homecoming” (“voltando para casa”). Nesta semana, o People’s Daily, porta-voz oficial do Partido Comunista Chinês, publicou uma charge da visita do presidente Xi Jinping ao Zimbábue, na qual africanos foram representados de uma maneira estereotipada que alguns internautas disseram ser ofensiva.
Mesmo que um grande número de africanos viva na China, particularmente na província de Guangdong, muitos reclamam de enfrentar discriminação e preconceito de moradores locais devido, em parte, a um estigma muito difundido contra os negros.