Enquanto a fabricante Tesla investe em carros elétricos, uma mulher com alma empreendedora, na cidade de Coimbatore, na Índia, vai atrás de um segmento diferente: bicicletas, motos e até mesmo transportes de carga elétricos.
Fundadora e CEO da Ampere Veículos Private Limited, Hemalatha Annamalai, 47 anos, monta veículos elétricos de baixo custo, com foco no transporte rural. O público alvo inclui agricultores, lojistas e comerciantes. “Acumular riqueza não é o meu objetivo. Não só quero criar e fabricar um novo setor, mas também trazer um monte de mulheres para trabalhar nele”, afirma. A Ampere, hoje, tem 80 funcionários e, de cada quatro, um é mulher.
Hemalatha fundou sua empresa em 2009, junto ao marido, Bala Pachyappa. O casal trocou empregos e altos salários em Cingapura pelas alegrias (e as incertezas) do empreendedorismo. Pachyappa, hoje, é o diretor de tecnologia da companhia. A lenta atração de investidores começou a acontecer após as economias da dupla esgotarem. O cofundador da Infosys, Kris Gopalakrishnan, junto a outros investidores, confiou US$ 2 milhões à Ampere apenas em dezembro de 2015.
Desde o lançamento da empresa, 30 mil veículos já estão nas ruas. Atualmente, a empresa possui um faturamento equivalente a US$ 1,5 milhão ao ano, mas espera atingir até US$ 20 milhões nos próximos três ou quatro anos. Hemalatha diz que pesquisa e desenvolvimento são os principais focos da montadora.
Recentemente, ela fechou negócio com o governo local de Coimbatore. O transporte de resíduos da cidade agora será feito pelos 500 trabalhadores habilitados a conduzir os 200 novos veículos elétricos que recolherão e eliminarão o lixo da cidade indiana.
A Ampere não apenas faz grandes investimentos, mas aposta em elementos inovadores. É uma gama extensa de opções que inclui scooters, transportes para carga e veículos adaptados a deficientes físicos. Os modelos são movidos a bateria e atingem uma velocidade máxima de 25 km/h. Quando completamente carregadas, o que pode levar até 8 horas, as baterias têm capacidade de percorrer uma distância equivalente a um pouco mais de 40 km. O custo não é alto e varia conforme o veículo: US$ 380 uma bicicleta elétrica e US$ 2.270 um transportador de carga, por exemplo.
Hemalatha está se aventurando no setor de veículos elétricos no mesmo momento em que o mundo está voltado à redução das emissões de gases poluentes. A conferência do clima, em Paris, levou 200 nações a prometer maior atenção e investimento sobre os gases causadores do efeito estufa e, consequentemente, das mudanças climáticas.
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