Os óculos de papelão recentemente lançados pelo Google, não só têm sido vendidos on-line por menos de US$ 20, como também ajudaram a salvar a vida de um bebê tão doente que os médicos, desenganados, já haviam recomendado aos pais que o levassem para casa, onde descansaria em paz.
Para quem não conhece, o Google Cardgoard tem encaixe para smartphones, que rodam aplicativos específicos. Assim, é possível ter uma visão virtual tridimensional da imagem exibida. Foi justamente essa tecnologia que ajudou os médicos do hospital infantil norte-americano Nicklaus Children’s Hospital, em Miami (EUA), a mapear a operação, procedimento que eles afirmam que seria impossível sem o acessório. “É alucinante olhar para esta pequena caixa de papelão e saber que ela, com um smartphone acoplado, salvou a vida da nossa filha”, disse Cassidy Lexcen, mãe da criança.
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Na última quarta-feira (6), quatro semanas após a cirurgia, o bebê Teegan foi desconectado dos aparelhos e passou a respirar por conta própria. Agora, mais duas semanas são o tempo estimado para que ele possa ir para casa e terminar sua recuperação.
A deficiência do bebê que nasceu em agosto é tão incomum que nenhum dos médicos já a havia visto. Teegan tem apenas um pulmão. Além disso, quase toda a metade esquerda de seu coração não existe.
Em entrevista à CNN, o pais do bebê, Chad Lexcen, disse que os primeiros médicos, consultados em Minnesota, alegaram não poder fazer nada e que, logo após o nascimento da criança, mandaram-na para casa, para que terminasse seus dias na maior paz possível. Dois meses depois, a criança ainda resistia, e os pais começaram a questionar o diagnóstico dos médicos.
Quando chegaram ao Nicklaus Children’s Hospital, passaram a movimentar, três vezes por semana, 30 médicos e enfermeiros especialistas em cardiologia para discutir o melhor tratamento para o paciente. Muitos profissionais renomados foram consultados e a grande maioria deles recorreu às tecnologias para um estudo mais aprofundado quando, por fim, chegaram a uma suposta solução.
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No dia 10 de dezembro, com quatro meses de idade, Teegan foi colocado em uma mesa de operação. O primeiro grande desafio encontrado pelos médicos foi chegar até o coração do bebê que, normalmente, está quase no meio do peito. O da criança era muito voltado para o lado esquerdo, mas não se sabia exatamente onde. E foi aí que as imagens tridimensionais, pela primeira vez, auxiliaram: foi possível poupar a criança de um sofrimento desnecessário e talvez fatal.
Na noite anterior ao procedimento, os médicos estudaram as imagens por meio do Google Cardgoard, para que, quando abrissem o bebê, não encontrassem muitas surpresas e, dessa forma, não gastassem tanto tempo com a cirugia, o que poderia causar graves lesões cerebrais ao bebê. O plano deu certo, já que as imagens eram bastante parecidas com o cenário que os cirurgiões encontram.