Explosões solares três vezes mais potentes do que as já registradas pela astronomia moderna podem ter produzido as condições ideais para o surgimento da vida na Terra.
Um estudo da “Nature Geoscience”, revista de astronomia, mapeou estrelas como o Sol através do telescópio Kepler e mostrou como teria sido o Sistema Solar em seus primeiros momentos, quando o grande astro era muitas vezes mais ativo do que é hoje.
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“Sabemos que a vida na Terra surgiu há 4 bilhões de anos. Mas o que não sabemos é por que surgiu há 4 bilhões de anos, e não há 1, 2 ou 3”, explicou o coautor do estudo Vladimir Airapetian.
O cientista acredita que a resposta possa estar nas explosões solares, que teriam ajudado a aquecer a atmosfera da Terra. “Não faz sentido que a Terra tenha ficado tanto tempo congelada para descongelar depois naturalmente, quando a energia do nossos astro já não era tão forte”, contou Ramses Ramirez, outro cientista que participou da pesquisa.
Geralmente, as explosões solares são seguidas de grandes bolsões de plasma, conhecidos como ejeções de massa coronal (EMC).
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As EMC carregam partículas da grande estrela até o campo magnético da Terra. Algumas dessas interagem com elementos neutros da atmosfera terrestre, como o nitrogênio. Com a quebra deste elemento, a combinação se torna quimicamente mais reativa, a ponto de se recombinar com outras moléculas do planeta.
“Essas descobertas interferem na maneira como enxergamos o nosso clima, a vida no planeta e os exoplanetas orbitando estrelas parecidas com o Sol”, disse Ramirez.
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Somente na nossa galáxia, há milhares de planetas nas mesmas condições que a Terra. Ainda que alguns cientistas sejam céticos em relação a possíveis seres vivos próximos de estrelas recém-nascidas, muitos acreditam que, depois dos primeiros momentos turbulentos, a calmaria de bilhões de anos poderia ser suficiente para o surgimento da vida.