Eduardo Gouveia é presidente da Alelo, empresa líder no setor de benefícios, desde setembro de 2013. É ex-CEO da Multiplus. Também foi vice-presidente de vendas e marketing da Cielo e do WalMart. Ao contrário da maioria dos empresários brasileiros, ele está otimista com o país. Abaixo, ele explica por quê.
1. O Brasil está imerso em uma dura crise econômica. O país vai superá-la quando? Demora muito ainda?
A crise passará, será resolvida, e não demora muito para o Brasil voltar a crescer. Até por isso, nossos planos para este ano não mudaram e não mudam. Sou um entusiasta do país. O potencial local é enorme. Isso não quer dizer que não soframos com a crise. Sofremos. Mas não nos deixamos abater. O Brasil vai sair dessa.
2. De que maneira a Alelo vem sendo afetada pela crise?
Veja, nosso negócio é fortemente ligado à existência de empregos formais. Se a economia cresce e mais pessoas são contratadas, nossas perspectivas melhoram. Em um momento em que estão acontecendo muitas demissões, somos prejudicados. Naturalmente, então, a deterioração do emprego formal tem algum impacto em nosso negócio. Mas não tenha dúvida: crescemos em 2015, ano de crise, e estamos crescendo em 2016, ano de crise. Só não posso revelar quanto porque somos uma companhia de capital fechado. Mas, hoje, a Alelo é dona de cerca de 33% do mercado nacional de cartões de conveniência.
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3. Como são os números deste setor?
São gigantescos. Só a Alelo, por exemplo, conta hoje com mais de 430.000 restaurantes e supermercados que aceitam nossos cartões. Mais de 100.000 empresas oferecem nossos cartões para seus funcionários. Parece muito? Não é. Perto da quantidade de empresas existentes no Brasil, ainda temos muito o que expandir. E olha que há mais de 200 companhias atuando no segmento em que a Alelo atua.
4. Diante de tanta concorrência, o que o leva a ser tão confiante?
Nosso projeto. Ele é de longo prazo. Estamos preparando a Alelo, não para os próximos 2 ou 3 anos, mas para os próximos 5, 10, 30 anos. Pensamos no longo prazo. Como disse, essa crise vai acabar, e estamos investindo pesado, inclusive contratando gente, para quando isso acontecer. E vai acontecer, talvez mais cedo do que se imagina.
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5. Qual será o grande motor do Brasil no futuro?
Eu acho que o país vai se tornar grandioso, graças à educação. Acredito na reforma do sistema educacional brasileiro e prego que se invista pesadamente em educação básica. Se tivermos um povo, uma população bem-educada, vamos ter um país fortalecido. Meu conceito de melhora do país passa pela melhora educacional da população. Investimento em educação. É por aí que a gente vai unir forças e fazer uma nação diferente.