Amos Genish, criador da antiga GVT, afirma que a empresa vem crescendo apesar da recessão, mas reclama da pesada carga de impostos que incidem na telefonia brasileira. O CEO da Telefônica/VIVO diz que a fase de aquisições da empresa acabou.
1. A integração Telefônica/GVT já chegou ao fim? Hoje, as empresas são uma só?
São. Terminamos essa parte do trabalho. As duas empresas já operam como uma só há dois meses. Começamos a fusão de ambas em 28 de maio de 2015, quando a Telefônica comprou a GVT, e terminamos de uni-las em 1º de abril de 2016. Tudo foi unificado em tempo recorde. Já captamos com a fusão sinergias que atingem R$ 25 bilhões. Este é o valor que poupamos até agora à controladora com a unificação das operações.
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2. Você acha que é possível a entrada de uma quinta grande empresa no mercado brasileiro de telefonia?
Não acho. A realidade que vemos nos EUA e Europa demonstra que, para um mercado do tamanho do Brasil, quatro grandes players dão conta do recado. O que eu acho possível é que uma das quatro companhias brasileiras do setor seja comprada, ou ao menos receba um forte aporte de capital de algum grupo investidor. Isto serviria para capitalizar o mercado.
3. A Telefônica/Vivo pretende expandir seu raio de ação em quais atividades, daqui para a frente? Qual será o foco da empresa nos próximos anos?
Nosso foco estará todo na conectividade de dados. Seremos uma empresa cada vez mais completa, e inclusive estamos preparando o lançamento de seriados só para o meio mobile. Serão seriados próprios, feitos só para nós. E esta é só uma das muitas novidades que estamos concebendo.
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4. Como a Telefônica vem atravessando o ano de 2016, que vem sendo de crise para o Brasil? A empresa vem sendo afetada pela recessão que aflige o País?
Temos sorte, a crise não nos atingiu. Em 2015 melhoramos a receita sobre o ano anterior e nos primeiros seis meses de 2016 avançamos mais ainda, enquanto outras operadoras enfrentam problemas. Crescemos em ebitda, em geração de caixa… nossa sinergia com a GVT contribuiu muito para isso, eliminamos muitas operações duplicadas. Mas ainda temos muito o que fazer dentro de casa. Estamos otimistas, de qualquer maneira.
5. A Telefônica pretende crescer, daqui por diante, organicamente ou via compra de concorrentes? Qual será a estratégia de crescimento da companhia?
Nossa empresa já fez muitas aquisições desde que chegou ao Brasil. Compramos a Vivo em 2010 e a GVT em 2015. Já estamos bem posicionados como players do mercado nacional. A partir de agora, provavelmente nos expandiremos apenas organicamente.