Os Estados Unidos prometeram receber 110 mil em 2017, 30% a mais do que em 2016. Este será o maior número de refugiados admitidos nos EUA há mais de 20 anos. Em 1995, o presidente Bill Clinton se comprometeu a permitir a entrada de 112 mil refugiados.
O Secretário de Estado John Kerry apresentou a decisão na última terça-feira (13). Dos 110 mil refugiados, 40 mil virão do Oriente Médio (incluindo a Síria) e do Sul da Ásia, enquanto 35 mil serão da África. Há 14 mil para os quais ainda não foram atribuídos os países de origem.
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Após a entrevista de Kerry, a Organização das Nações Unidas (ONU) cobrou que mais países tomem medidas semelhantes. Na última quarta-feira (14), durante discurso antes da abertura da Assembleia Geral da ONU, o secretário-geral, Ban Ki-moon, pediu que a comunidade internacional forneça mais habitação, assistência e integração necessárias para uma vida melhor aos refugiados.
“Mais países devem reassentar pessoas que foram forçadas a sair de suas casas. Mais países devem reconhecer os benefícios da imigração”, ele disse aos membros da ONU. “Todos, em qualquer lugar, devem se posicionar contra a animosidade que tantos refugiados, migrantes e minorias enfrentam.”
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A administração do presidente Obama vem dando largos passos para permitir que mais refugiados sírios tenham uma nova vida. Em agosto, ela atingiu seu objetivo ao acolher 10.000 imigrantes nos EUA.
Em um relatório publicado em junho, o UN High Commissioner for Refugees (UNHCR ou Alto Comissariado da ONU para Refugiados, em tradução livre) disse que o número de pessoas deslocadas ao redor do mundo é o maior desde a II Guerra Mundial.
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Em 2015, havia 65,3 milhões de pessoas sem lugar para ficar, tudo resultado de “perseguições, conflitos, violência generalizada e violações dos direitos humanos”, disse o relatório. Deste número, 21,3 milhões eram considerados refugiados.
Porém, apesar de tudo, vários advogados dos EUA resistiram ou denunciaram os atos do presidente. O Comitê Judiciário da Câmara dos Estados Unidos chegou a tuitar sua reprovação.
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A imigração e a assistência aos refugiados têm sido assuntos polêmicos e quentes desde o início da corrida eleitoral, em meados de maio de 2016. A candidata à presidência dos Estados Unidos pelo partido Democrata, Hillary Clinton, disse que o país deveria aceitar 65.000 refugiados sírios. Enquanto isso, ter Donald Trump como presidente significa que “haveria uma parada completa do programa de restabelecimento de refugiados”, disse o candidato a vice-presidente Mike Pence para a emissora de TV “NBC News”.
Na Geórgia, o governador Nathan Deal escreveu uma carta para o presidente Obama pedindo que o processo de triagem de refugiados sírios seja reavaliado e apoiado pelo Congresso. Deal disse que, até que um processo desse aconteça, ele vai direcionar todas as agências estaduais a suspender a participação na realocação de refugiados sírios no Estado.
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De qualquer maneira, Estados não podem bloquear a entrada de refugiados e migrantes, ao passo que essa decisão está nas mãos do governo federal.
“Uma vez que lhes são concedidos o direito de ficar nos EUA, os Estados não podem lhes tirar o direito de ir e vir”, disse para o site “Mashable”, Michael Doyle, professor na Columbia Law School, que vem estudando a crise dos refugiados. Ele também diz que os Estados podem recusar serviços oferecidos por ele como educação, saúde e outros setores sociais, mas que não podem bloquear completamente sua chegada.
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Ao mesmo tempo em que ele aplaudiu a iniciativa de aumentar para 110.000, Doyle disse os EUA ainda tem de fazer mais para compensar a tensão em outros lugares, especialmente nos países em desenvolvimento, onde a maioria dos refugiados e migrantes estão vivendo.