O diretor-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, disse estar reconsiderando suas iniciativas para forçar a venda de trechos de terra pertencentes a nativos do Havaí que se encontram dentro de uma grande propriedade que ele comprou na ilha de Kauai, depois de ser duramente criticado.
Zuckerberg apresentou o que é conhecido como ações de título silencioso para garantir porções de terra dentro de seu terreno à beira-mar em Kauai. O sistema de título silencioso é usado para estabelecer a posse de terras em que a herança ocorreu ao longo de gerações e carece de documentação formal e para forçar a venda.
“Baseados na reação da comunidade local, estamos reconsiderando o processo de título silencioso e debatendo como ir adiante”, disse Zuckerberg em um comunicado na noite da última terça-feira (24).
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“Queremos ter certeza de que estamos seguindo um processo que protege os interesses dos proprietários, respeita a tradição dos havaianos nativos e preserva o meio ambiente”, acrescentou.
O representante do Estado havaiano, Kaniela Ing, que em reação à polêmica introduziu um projeto de lei obrigando a mediação em ações que envolvam havaianos nativos e comparou os planos de Zuckerberg aos dos barões do açúcar que tomaram terras dos aborígenes nos anos 1800, disse ter ficado encorajado com a notícia.
“Eu mahalo (agradeço) o senhor Zuckerberg por suas palavras de aloha (boas energias) e disposição para conversar”, disse Ing em um comunicado na quarta-feira (25). Depois ele exortou o executivo de internet a abandonar suas ações legais, apoiar uma organização legal local e “se unir a nós na mesa para reiniciar um diálogo positivo como administradores mútuos da terra e da cultura”.
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O comunicado de Zuckerberg veio à tona poucos dias depois de ele publicar uma explicação para seus planos no Havaí em sua conta de Facebook, já que as notícias sobre suas ações provocaram manchetes e revolta.
Na postagem, ele disse que o terreno é composto de várias propriedades e que, embora tenha tratado com a maioria dos donos a respeito dos trechos para chegar a um acordo justo, apresentou as ações para identificar todos os proprietários parciais. Segundo ele, os trechos de terra poderiam ser divididos entre centenas de descendentes.
“Para a maioria dessas pessoas, agora elas irão receber dinheiro por algo que nem sabiam ter. Ninguém será forçado a deixar sua terra”, escreve.
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A Forbes noticiou que Zuckerberg pagou quase US$ 100 milhões pelos 283 hectares de praias isoladas no norte de Kauai em 2014.
(Por Curtis Skinner em San Francisco)