O Google e a Jigsaw, ambos controlados pela holding Alphabet, lançaram hoje (23) nova tecnologia para ajudar empresas de mídia e plataformas online a identificar comentários abusivos em seus sites.
Apelidada de Perspectiva, a tecnologia revisará comentários, classificando-os com base na similaridade com observações que pessoas consideram “tóxicas” ou que provavelmente as levariam a deixar a conversa.
O serviço já foi testado pelo jornal “New York Times” e as empresas esperam disponibilizá-lo para outros veículos de imprensa, como o “The Guardian” e a revista “The Economist”, além de sites de notícia.
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“Os veículos de comunicação querem encorajar o engajamento e a discussão em torno de seu conteúdo, mas identificar em meio a milhares de comentários aqueles que são ofensivos ou abusivos requer muito dinheiro, trabalho e tempo. Como resultado, muitos sites bloquearam a função de uma vez por todas”, disse Jared Cohen, presidente da Jigsaw, que faz parte da Alphabet, em uma publicação em blog.
“Mas eles nos dizem que essa não é a solução que eles querem. Achamos que a tecnologia pode ajudar”, acrescentou.
A tecnologia lançada examinou centenas de milhares de comentários rotulados como ofensivos por usuários para aprender como identificar linguagem potencialmente abusiva.
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Para CJ Adams, gerente de produtos da Jigsaw, a empresa está aberta para disponibilizar a tecnologia para todas as plataformas, sem especificar se isso incluiria as grandes como o Facebook e o Twitter, onde a publicação de comentários ofensivos pode se tornar uma dor de cabeça.
O serviço pode ser expandido no futuro, de modo a identificar ataques pessoais ou comentários fora de contexto, segundo Cohen. A tecnologia não decide o que fazer com os comentários considerados potencialmente abusivos. Em vez disso, ela os ressalta para os moderadores ou desenvolve ferramentas para ajudar usuários a entender o impacto do que escrevem.
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Conforme Cohen, uma porção significativa de comentários abusivos parte de pessoas que estão “apenas tendo um dia ruim”.
A iniciativa sucede esforços de Google e Facebook para conter a disseminação de notícias falsas na França, Alemanha, Estados Unidos.
(Por Julia Fioretti)