Foi com a frase do título que Anne Carolline Vieira, militante em uma organização não governamental de combate à violência contra a mulher e anfitriã da noite, abriu a sequência de conversas inspiradoras em sua casa, na capital paulista, na última quinta-feira (16), com a presença de convidadas ilustres das mais diversas áreas. Entre elas, estavam Bia Doria, artista e primeira dama da cidade de São Paulo; Maria Beatriz Setti, proprietária do grupo Auto Viação SP; Nadir Moreno, presidente da UPS Brasil; Maria Carolina de Almeida Marcondes, diretora geral do grupo Sforza; Geovana Quadros, responsável pelas relações internacionais da Integralmedica; Carla Vasconcellos, sócia-fundadora da Vasco Vasconcellos; Sandra Comodaro, managing partner da Nelson Willians e Advogados Associados; e Luciane Scattone; médica dermatologista.
O grande objetivo do encontro é inspirar outras mulheres de maneira prática, fundamentado na meritocracia sem distinção de gênero. E, muito além do empoderamento feminino, discutiu-se como é necessário empoderar a própria sociedade. Mas como fazer isso? A maioria das respostas apontou para a educação e a compreensão.
É necessário inspirar as mulheres de maneiras práticas, pensando na meritocracia sem distinção de gêneroE foi justamente em referência à educação que Bia Doria falou sobre o projeto de zerar a fila das creches – atualmente, são quase 67.000 crianças na lista de espera – para que, em um futuro próximo, isso tenha impacto positivo na sociedade. Nadir também se manifestou: “Sou extremamente a favor do empoderamento feminino, apesar de eu mesma nunca ter sofrido nenhum tipo de preconceito. Nunca sofri por ser mulher, trabalho em uma empresa americana, que trata as pessoas com base em suas funções. Então, meu papel é divulgar isso… Quanto mais você empodera as mulheres, quanto mais você as trata de maneira justa, mais retorno elas darão”, disse a executiva, há 25 anos na UPS. A empresa, inclusive, tem um programa de diversidade, o Procurement, onde a cada três fornecedores um tem que ser gerido por uma mulher. A iniciativa surgiu nos EUA há quase 10 anos. No Brasil, já funciona há seis.
“Eu vejo que são várias formiguinhas fazendo coisas juntas, e compartilhar as iniciativas é muito importante. É necessário buscar a igualdade, de forma que a sociedade tenha mais oportunidades no mesmo nível. Muitas vezes, se criam estereótipos: a mulher que está no poder tem que ser de determinada maneira, e isso acaba gerando preconceito. Mas se você teve muitas conquistas e conseguiu superar obstáculos, por que não ajudar outras pessoas? Mas é importante lembrar que a base e a educação são as melhores porta de entrada”, disse Geovanna, 32 anos, quem tem livro publicado sobre empreendedorismo feminino (“Dicas de Mulheres Inspiradoras que Estão no Comando de sua Carreira”, editora Leader).
A mensagem deixada, em um momento economicamente turbulento no país, é que é necessário acreditar na capacidade de produção, liderança e gestão das mulheres. É preciso investir no empreendedorismo e realizações em prol do país. E, sempre, buscar condições de igualdade.