Uma pesquisa feita por economistas e médicos da Universidade de Bonn na Alemanha, constatou que salários considerados injustos têm impacto direto na atividade cardíaca e causam deterioração da saúde no longo prazo. O estudo foi publicado na primeira página do jornal mais popular do país, o “Bild”.
Além de dados econômicos, a pesquisa utilizou um experimento de laboratório com 80 alunos divididos em equipes de duas pessoas, a partir de “chefes” e “trabalhadores”.
Cientistas alemães apontam um aumento do risco de doença cardíaca motivado pelo sentimento de injustiçaDurante o trabalho, os funcionários tiveram 25 minutos para resolver tarefas de computação monótonas, enquanto os chefes foram autorizados a relaxar, por exemplo.
LEIA MAIS: Novo estudo mostra os perigos de passar muito tempo sentado
Quanto mais números corretos eram adicionados à tarefa, mais dinheiro a equipe acumulava. Em seguida, os chefes compartilharam os lucros entre os dois, enquanto no geral o trabalhador embolsou uma parte bem menor do lucro.
Essa injustiça causou estresse, que os cientistas alemães mediram pela variabilidade da frequência cardíaca, indicando um aumento do risco de doença cardíaca motivado pelo sentimento de injustiça.
———————————————————————————————————————————
Natalia Aarao é médica pós graduada pelo Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), atua na área da clínica médica, da cardiologia e da Tomografia e Ressonância Cardíacas, sendo membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da American College of Cardiology. Trabalhou como assistente do Prof. Dr. Roberto Kalil filho e, atualmente, faz parte do Corpo Clínico dos Hospitais Albert Einstein e Sírio Libanês.
Natalia Aarao é uma colaboradora de FORBES Brasil. Sua opinião é pessoal e não reflete a visão editorial de FORBES Brasil.