A Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI) divulgou durante a semana o IFPI Digital Music Report, anuário com a panorâmica do mercado mundial de música. Nele, é possível saber onde e como as pessoas consomem música.
LEIA MAIS: Conheça a música mais relaxante do mundo
O cenário da música não é muito diferente de 2015: crescimento mundial contido, queda do consumo do formato físico e do download pago e crescimento do streaming.
Outro ponto importante, que o relatório cita em diversos momentos: o combate ao “value gap”, a diferença de valores pagos por streaming em áudio (Spotify, Deezer, Apple Music, TIDAL etc) e em vídeo (YouTube). Mesmo com mais usuários, o streaming em vídeo é o que menos repassa pagamentos para artistas e compositores. O relatório chega a falar até em “ações legais” para que essa situação seja contornada.
Números gerais
Em 2016, o mercado da música cresceu, somando-se todos os formatos, 5,9% – a própria CEO da IFPI, Frances Moore, chama o número de “crescimento modesto”. O total arrecadado pela indústria foi de US$ 15,7 bilhões.
Formatos
O mercado mundial, hoje, é dividido em: 50% digital, 34% físico, 14% direitos autorais e 2% uso em publicidade.
E MAIS: Como usar a música para tornar o seu trabalho melhor
Em relação a 2015, os formatos físicos caíram 7,6%. Os formatos digitais cresceram 17,7% – dentro desse número, o streaming cresceu 60,4%, maior valor em oito anos, e os downloads caíram 20,5%. Os direitos autorais de músicas executadas publicamente (rádios, TV, shows etc) cresceram 7% e o uso em publicidade, filmes e jogos cresceu 2,8%.
Brasil
O mercado brasileiro diminuiu 2,8% em relação a 2015, contrariando o crescimento no continente (de 12%, o maior se comparado a outras regiões).
Mesmo assim, o streaming aposta no país como um mercado a ser explorado. O Spotify, segundo o relatório, afirma isso: “Estamos observando a possibilidade de Brasil e México poderem ultrapassar o Reino Unido e a Alemanha em números de usuários. E não é por conta de uma queda nos países europeus, é pelo inesperado e excepcional desempenho do Brasil e do México. São países grandes, claro, mas com infraestrutura menor. O uso dos smartphones está aumentando o ritmo e permitindo o acesso a serviços como Spotify”.
VEJA TAMBÉM: Os dez melhores comerciais do SuperBowl 2017 segundo suas músicas
“Value gap”
Uma comparação simples explica o que é o “value gap”: Enquanto o streaming em áudio tem 212 milhões de usuários e converte US$ 3,09 bilhões para a indústria, o streaming em vídeo tem 900 milhões de usuários e paga apena US$ 553 milhões. Outra comparação: enquanto o Spotify paga, em média, US$ 20 por usuário, o YouTube paga menos de US$ 1.
O relatório deixa claro que acabar com essa diferença é o próximo desafio da indústria. O próprio YouTube desenvolveu ferramentas em 2016 para monetizar conteúdos musicais em canais que não sejam os oficiais dos artistas, mas o resultado disso ainda não é perceptível no mercado mundial. O relatório chega a citar que são necessárias “ações legais” para diminuir ou acabar com o “value gap”.
Leia mais em www.billboard.com.br