Desde a época das Grandes Navegações, os condimentos já conquistaram status de preciosidade à mesa, no paladar e no coração do europeu. As chamadas especiarias elevaram a culinária a outro patamar, quando comer deixou de ser um ato de sobrevivência para se tornar um ritual para lá de apetitoso.
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Com uma demanda cada vez maior da burguesia, que disputava os produtos por conta do clima desfavorável da Europa, os temperos passaram a realçar sabores, dando às comidas toques particulares. Séculos e séculos depois, hoje em dia, não é possível viver sem eles.
Na Itália, o casamento dos temperos é levado muito a sério. O não-respeito a algumas regras vira longas brigas familiares, por exemplo. Eis alguns mandamentos: manjericão acompanha tomate, sálvia vai bem com manteiga, alecrim combina com carnes, cebola é indicada no risoto e alho é presença obrigatória nos molhos com tomates usados mais no sul.
As refeições fizeram com que nós, como sociedade, uníssemos-nos cada vez mais. Cozinhar para amigos, sair para um jantar romântico ou se lembrar de algo que “tem gosto de infância” também é um tempero na nossa vida. Reforçar tais laços, diante de uma rotina cada vez mais apressada, é uma prova de fé, amor e dedicação.
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Assim como os alimentos, a vida deve ser apreciada, com os temperos que cada um mais gosta, claro. Nada mais sem graça do que comida e uma vida sem gosto. Concordam?
Juscelino Pereira, 47 anos, é formado sommelier pela ABS, presidente da Confraria dos Restaurateurs de São Paulo e diretor da Associação de Restaurantes de São Paulo (ANR). Sua opinião é pessoal e não reflete a visão editorial de FORBES Brasil.