Apesar de os consumidores de smartphones estarem à espera do lançamento da Apple, previsto para setembro ou outubro deste ano, a realidade “Galaxy S8 vs. iPhone 7” será a verdadeira batalha da maior parte de 2017. Resta saber se a companhia fundada por Steve Jobs tem o que é necessário para competir com o dispositivo da mais nova geração da Samsung.
VEJA TAMBÉM: Especialistas dão veredicto sobre nova linha iPad Pro, da Apple
Comparar smartphones de 2016 com os de 2017 normalmente resulta em uma grande vitória em pelo menos uma das categorias para o modelo mais novo. No caso do Galaxy S8, essa categoria é a tela. A “Infinity Display” de OLED da Samsung está em um patamar diferente da tela de retina LCD do iPhone 7. Não apenas é quase 20% maior, mas também é mais brilhante, mais nítida e – como a primeira tela móvel Mobile HDR licenciada – oferece melhor contraste.
Se há um lado negativo da Infinity Display é que a Samsung foi forçada a diminuir a resolução padrão para 2220 x 1080 para economizar a vida da bateria – mas isso ainda é muito maior do que a ultrapassada resolução 1334 x 750 pixels do iPhone 7 e pode ser aumentada, se o usuário preferir.
O design é outra grande vitória para o Galaxy S8. Resumidamente, é como olhar para um smartphone do futuro e compará-lo a um do passado. A coisa mais impressionante que a Samsung conseguiu foi uma tela 20% maior com aumento de apenas 12% no peso. Na verdade, o Galaxy S8 tem tela 5% maior do que a do iPhone 7 Plus e 20% de peso a menos, ou seja, mais compacto do que jamais se viu.
Mas essa vitória não se baseia apenas em números – o Galaxy S8 é também mais ergonômico. Tem as bordas curvadas e alongadas, o que faz com que seja confortável de segurar e possível de usar com apenas uma das mãos. Há ainda o bônus adicional de suporte para espaço extra de armazenamento de microSD. A Samsung ainda conseguiu colocar um conector e um scanner facial e de íris de 3,5 mm.
O ponto em que o iPhone 7 revida é o alumínio mais durável da parte de trás e, apesar de o leitor de impressão digital ocupar muito espaço, não fica posicionado ao lado da câmera traseira como o do Galaxy S, onde é difícil de alcançar e faz com que o usuário manche a lente da câmera repetidamente. Os dois celulares são resistentes a água e poeira, o que é uma característica padrão para os dias de hoje.
A Samsung pode ganhar facilmente as duas primeiras categorias, mas é do iPhone 7 a melhor performance. A impressão é de que a Samsung simplesmente não consegue parar de auto-sabotar seus smartphones. O iPhone 7 entrega uma experiência de software muito mais rápida e suave se comparado ao Galaxy S8. A Apple sempre foi boa em otimizar seu hardware e seu software e o fato de o Galaxy S8 não conseguir chegar perto nem do antigo Pixel XL do Google mostra que a Samsung continua errando.
O Android em um celular da Samsung também é sinônimo de software ultrapassado (o Galaxy S8 roda com o Android 7.0, sendo que o Android 7.1 foi lançado há sete meses) e interminável duplicação: duas lojas de aplicativos, duas calculadoras, dois navegadores, dois serviços de pagamentos móveis, dois relógios etc. A mais nova adição, a assistente pessoal Bixby, é apenas uma versão pobre do Google Assistant com um botão físico de acesso – inútil.
LEIA: Samsung planeja lançar Galaxy Note 8 em agosto durante evento em NY
O iOS pode até ter sido inchado ao longo dos anos, mas ainda não há duplicações e a performance não foi afetada. O Stock Android no Pixel mostra que o Google tem a plataforma para competir com o iOS, mas a Samsung não tem interesse em entregá-la em sua forma otimizada.
Há, porém, um novo smartphone campeão em termos de câmera, e ele não é feito pela Apple ou pela Samsung. O Google Pixel ganhou a coroa em 2016 e nem o iPhone 7 nem o Galaxy S8 podem roubá-la. No entanto, na competição entre esses dois gigantes, o Galaxy S8 fica facilmente no topo.
Ambos os smartphones têm problemas com cores. O Galaxy S8 tem uma tendência a supersaturar enquanto o iPhone 7 desbota muitas imagens. O último tem fama de ser mais “preciso”, mas há muito cinza, particularmente em áreas escuras. O S8 entrega mais detalhes também, mas o Pixel é o padrão que os dois precisam seguir.
O ponto em que a câmera do S8 realmente se destaca em relação ao iPhone 7, no entanto, é a baixa luminosidade. A Apple tem ficado para trás por muitas gerações e esta permanece uma área que a empresa deve abordar com o iPhone 8, se o Google não for ainda mais fundo com o Pixel 2, que será anunciado na mesma época (setembro/outubro). Em relação aos vídeos, ambos os celulares filmam melhor do que o Pixel (ponto fraco do Google, principalmente por causa da baixa luminosidade).
E MAIS: Conheça o novo Galaxy S8 da Samsung
Além disso, a Samsung também entrega um truque: reconhecimento facial e de íris. A última é facilmente enganada por uma fotografia, mas a anterior tem potencial para substituir o scanner de impressão digital – ao menos no papel. Na realidade, no entanto, é simplesmente instável demais para ser usado regularmente (pode não funcionar bem em luz muito clara ou muito escura e se a pessoa estiver usando óculos de sol). As duas tecnologias permanecem muito inconsistentes e isso faz com que a posição absurda do sensor de impressão digital do Galaxy S8 seja ainda mais frustrante.
A Samsung é uma empresa estranha no que diz respeito a duração de bateria. O Galaxy S5 foi um líder de categoria, o S6 uma vergonha, o S7 um retorno à forma e o S8 outro passo para trás – mas ainda assim supera a abordagem decepcionante da Apple em seu iPhone. Tanto o Galaxy S8 quanto o iPhone 7 não aguentam um dia inteiro de uso intenso.
O que causa problemas para a Samsung é a combinação de sua tela significativamente maior (o que ainda é o item que mais consome bateria em um celular), sem aumento de bateria em relação ao Galaxy S7 (3000 mAh). Para o iPhone 7, são anos de negligência. A Apple lidera em duração de bateria com seus modelos iPhone Plus, mas o iPhone menor tem tido um desempenho ruim há anos e isso vai continuar até que a Apple adote uma bateria maior.
A Samsung lidera de longe, no entanto, no quesito carregamento. O Galaxy S8 pode ir de zero a 50% de bateria em menos de 20 minutos e entregar uma carga completa em pouco mais de uma hora. O iPhone 7, por sua vez, leva o dobro do tempo nas duas situações. Outro ponto alto da Samsung é sua nova obsessão com segurança de bateria. Após o fracasso do Galaxy Note 7, a empresa introduziu o sistema “8 Point Quality Check” e um ciclo melhor de longevidade, que significa que o Galaxy S8 perde apenas 5% de capacidade após um ano – os concorrentes tipicamente perdem entre 15% e 120%.
SAIBA MAIS: Apple é a primeira empresa da história a valer US$ 800 bilhões
A grande questão é o quanto é preciso desembolsar por estes aparelhos. A resposta? Muito. O Galaxy S8 de 64 GB custa US$ 750 nos Estados Unidos (equivalentes a R$ 2.487), enquanto o iPhone 7 de 32 GB sai por US$ 649 (R$ 2.152), o de 128 GB por US$ 749 (R$ 2.484) e o de 256 GB por US$ 849 (R$ 2.815).
O destaque fica por conta dos US$ 100 a mais do que o preço de lançamento do Galaxy S7. Assim, ainda que a Samsung tenha dobrado os 32 GB de seu antecessor, o Galaxy S8 está sob pressão real do preço do iPhone 7 de 128 GB.
Por outro lado, o Galaxy S8 é expansível, então é sempre possível acrescentar mais espaço. Além disso, ele vem acompanhado de um par de fones de ouvido AKG que a Samsung avalia em US$ 100 (R$ 331). Aqueles que já têm headphones premium iriam, sem dúvida, preferir uma redução no preço inicial, mas qualquer ouvinte com discernimento sabe que o fone da Apple tem de ser melhorado o mais rápido possível.
Os celulares da Samsung nunca serão perfeitos. A obsessão da empresa com customizações desnecessárias do Android, duplicação de apps e lentos updates de software garantem isso – e não há sinais de qualquer mudança no curto prazo. Em contraste, a maior fraqueza da Samsung é a maior força da Apple. O iPhone 7 não tem concorrentes no que diz respeito a uma experiência de software simples, rápida e inteligente.
Mas a Apple precisa disso, pois em qualquer outra área o Galaxy S8 faz o iPhone 7 se parecer com um dinossauro. O design, a tela e bateria estão em outro patamar e a câmera acentua uma liderança que o Galaxy S7 já tinha. É verdade que o Galaxy S8 tem um sensor de impressão digital em uma posição absurda, mas este é praticamente o único erro de hardware.
Quase todas as novidades do iPhone 8 já vazaram, mas agora foram noticiadas importantes mudanças de design.
ENTENDA: Vazamento de informações da Apple dá pistas sobre iPhone 8
A sempre confiável produtora de acessórios MobileFun espalhou a informação. A empresa, que divulgou o design do Galaxy S8 três meses antes do lançamento e confirmou o design e o fone sem fio do iPhone 7 também três meses antes do lançamento, listou oficialmente seu primeiro produto confirmando o design do iPhone 8… três meses antes do lançamento antecipado.
À venda por apenas £ 24,99 (correspondentes a R$ 105,99), o “Olixar iPhone 8 Full Cover Tempered Glass Screen Protector” mostra um iPhone 8 com uma massiva tela alongada de 5,8 polegadas, com moldura superior para a câmera frontal e os sensores, o que vai ao encontro com as informações da enxurrada de vazamentos do último mês.
A MobileFun sempre consegue informação três meses antes do lançamento porque este é, tipicamente, o período em que os principais fabricantes de smartphones informam os parceiros das dimensões detalhadas de seus futuros dispositivos para que acessórios de terceiros possam estar prontos a tempo. A diferença é que a MobileFun tem o hábito de listá-las antes.
Além disso, se estes vazamentos seguirem o histórico de precisão das revelações anteriores da MobileFun, este pode também divulgar o maior segredo restante no iOS 11. Em fevereiro, Ming-Chi Kuo, analista da KGI, disse que o iOS terá uma “Function Area”, que funcionará como a Touch Bar do MacBook Pro. Isso faltou na preview do iOS 11 que a Apple revelou no início do mês.
A “Funciton Area” deve ficar na parte inferior da tela do iPhone 8, no espaço liberado pela remoção do botão principal e da grande moldura inferior. A teoria é que isso permitiria controles contextuais e um formato melhor de notificações.