O presidente-executivo da Merck & Co., Kenneth Frazier, renunciou do Conselho Americano de Manufatura do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, nesta segunda-feira (14), sob alegação de estar assumindo uma posição contra a intolerância e o extremismo.
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Frazier, que é afro-americano, é o único CEO até agora a deixar um dos conselhos consultivos de Trump devido à reação do presidente em relação à violência na Virgínia. Democratas proeminentes e republicanos criticaram a resposta de Trump à violência no fim de semana.
Uma manifestação de centenas de nacionalistas brancos no Estado da Virgínia tomou um rumo violento no sábado, quando um homem lançou seu carro sobre um grupo de manifestantes contrários e matou ao menos uma pessoa.
Trump disse que “muitos lados” se envolveram, atraindo críticas de todo o espectro político por não denunciar especificamente a extrema-direita. “Os líderes da América devem honrar nossas visões fundamentais rejeitando claramente expressões de ódio, intolerância e supremacia grupal, que vão de encontro ao ideal norte-americano de que todas as pessoas são criadas iguais”, disse Frazier, em comunicado anunciando a renúncia. “Como CEO da Merck e por uma questão de consciência pessoal, sinto a responsabilidade de assumir uma posição contra a intolerância e o extremismo”, disse.
Trump respondeu em um tuíte que, agora que “Ken Frazier, da Merck Pharma, renunciou ao Conselho de Manufatura do Presidente, ele terá mais tempo para ABAIXAR OS PREÇOS EXTORSIVOS DOS REMÉDIOS!”.
As ações da Merck subiam 0,88% nesta segunda-feira.
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Vários executivos de grandes empresas dos EUA abandonaram conselhos presidenciais consultivos em protesto contra políticas de Trump. Elon Musk, CEO da Tesla, e Robert Iger, CEO da Walt Disney, deixaram o Fórum de Estratégias e Políticas do presidente, um grupo empresarial de aconselhamento, em junho, depois que Trump disse que iria retirar seu país do acordo climático de Paris. Musk também deixou o Conselho de Manufatura. Travis Kalanick, ex-diretor-executivo do Uber, abandonou o conselho empresarial consultivo em fevereiro, em meio à pressão de ativistas e empregados que se opunham às políticas imigratórias do governo.
A Casa Branca disse no domingo (13) que os comentários de Trump repudiando a violência na manifestação de nacionalistas brancos também se destinaram à Ku Klux Klan e aos grupos neonazistas.
Democratas e republicanos criticaram Trump por demorar demais para se pronunciar sobre os episódios de violência – sua primeira grande crise interna como líder do país – e por não condenar explicitamente os manifestantes supremacistas brancos que iniciaram os conflitos.
Trump, no sábado (12), repudiou inicialmente o que chamou de “esta demonstração flagrante de ódio, intolerância e violência de muitos lados”.
No domingo, contudo, a Casa Branca acrescentou: “O presidente disse com muita ênfase em seu comunicado ontem que condena todas as formas de violência, intolerância e ódio, e é claro que isso inclui supremacistas brancos, KKK, neonazistas e todos os grupos extremistas. Ele pediu união nacional e que todos os americanos se unam”.