Um grande outdoor móvel, transportado por um carro, passou por diversas universidades parisienses na última semana com a propaganda de um site que conecta jovens estudantes a “sugar daddies” como uma maneira de financiarem seus estudos.
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O site define “sugar baby” como “um adulto [mais de 18 anos], homem ou mulher, atraente, ambicioso, inteligente e que busque um estilo de vida que combine com seus sonhos e objetivos na vida”.
E os “sugar daddies e moms”, como “mulheres e homens bem-sucedidos que sabem o que querem, determinados e que gostam de ter uma pessoa atraente ao seu lado”. Segundo o site, “dinheiro não é o problema, pois eles sabem ser generosos quando se trata de ajudar um sugar baby”.
O anúncio não passou despercebido e não foi a primeira vez que ocorreu algo do tipo. Vans com propagandas semelhantes, que convidam estudantes com problemas financeiros a pagarem seus estudos, por meio de “daddies” ou “mamas” ricos, passearam por outras universidades europeias, todas promovidas por um site de relacionamentos.
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“Olá, estudantes! Melhore seu estilo de vida. Saia com um Sugar Daddy”, afirma um anúncio, visto em Bruxelas, em setembro. Em Paris, com a imagem de um casal abraçado, o outdoor oferece “uma paixão romântica e nada de empréstimos estudantis”. “Saia com um Sugar Daddy ou uma Sugar Mama”, sugere a propaganda.
A prefeitura de Paris ordenou que o outdoor fosse confiscado imediatamente e proibiu a controversa plataforma de relacionamento norueguesa na cidade, sob a acusação de promover a prostituição. O presidente da Universidade Paris-Descartes também denunciou a propaganda como “um chamado para se prostituir”.
“Prostituição estudantil: o caminhão Sugar Daddy insultou os estudantes de universidades parisienses”, destacou a revista “Le Point”. “Essa propaganda é orquestrada pelo site que se classifica como “uma rede online de relacionamento para homens e mulheres acima dos 18 anos de idade, que procurem por benefícios mútuos em uma relação”.
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Especialistas legais consultados pela mídia francesa dizem acreditar que o site deveria ser acusado por lenocínio, pois propõe abertamente que os estudantes sejam remunerados em troca de favores sexuais. Uma denúncia foi apresentada pela associação dos estudantes FAGE, com a acusação de que o site “almeja atrair estudantes vulneráveis e encorajá-los a fazer atos sexuais com pessoas mais velhas”, segundo o “The Local”.
O escândalo por trás da campanha colocou em xeque os inúmeros aplicativos de “sugar daddies” e agências utilizadas por muitos estudantes ao redor do mundo. O “Le Figaro” relatou que mensalidades exorbitantes de universidades britânicas estão levando mais de 225.000 estudantes, segundo pesquisas em sites de relacionamento, a trabalharem como acompanhantes.
“Um fenômeno conhecido na Inglaterra e nos Estados Unidos foi incorporado na França há alguns anos”, diz a “Le Point”. “Em 2014, o site anunciou que 7.500 estudantes franceses estavam registrados”, completa.
O escândalo ocorre na sequência do caso do produtor cinematográfico Harvey Weinstein, acusado de assédio sexual. Assim como nos Estados Unidos, surgiram inúmeros debates na França e por toda a Europa.
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