Hoje iniciamos uma coluna que visa trazer à FORBES Brasil algo que já está intrínseco em seu DNA: o empreendedorismo disruptivo e visionário. Vamos tratar do ecossistema que mais cresce no Brasil, e que muito provavelmente, ainda neste ano, terá pela primeira vez dentro de sua “fauna” unicórnios brasileiros, ou seja, passaremos a conviver com startups de tecnologia que possuam valor de mercado superior a US$ 1 bilhão. Hoje, há mais de 4.300 mil empresas do tipo no país, segundo dados da ABS (Associação Brasileira de Startups).
Essas empresas são acima de tudo o reflexo de um movimento ideológico de gestão e planejamento e de projetos com elevado potencial e que inspiram uma nova forma de ver o mundo e de atuar em determinado mercado, seja on-line ou off-line. Nas palavras do guru Steve Blank, “é uma organização temporária projetada para buscar por um modelo de negócios escalável e repetível que atue em um ambiente de extrema incerteza.
Na mesma medida que não se pode definir o que será uma startup com base apenas em um BP (business plan), também não faz sentido existir uma única forma de se estabelecer suas fasesOs princípios que regem as startups podem ser aplicados a empresas tradicionais e oxigenar seus gestores e suas equipes, ao oferecer uma oportunidade de intreempreendedorismo e um novo mindset.
Por exemplo, o conceito de “testar-medir-aprender”, de Eric Ries, autor do best seller “A Startup Enxuta”, visa fazer de forma inovadora a chamada “otimização de processos”. Funciona assim: ao testar um minimum viable product (MVP), pode-se medir a experiência do consumidor e obter informações para o big data, de forma a melhorar os produtos com os menores gastos em planejamento e estruturação. No entendimento do autor, repetir esse modelo não é uma questão apenas de otimização, mas sim de criação de cultura.
Em outras palavras, não existe o lançamento perfeito de um MVP de uma startup, existe um processo continuo de aprendizado, cuja melhora vem com a visão do “outro”, sendo então por natureza um mercado profundamente interativo e que gera a melhora continuada do produto.
Na mesma medida que não se pode definir o que será uma startup com base apenas em um BP (business plan), também não faz sentido existir uma única forma de se estabelecer suas fases. Ainda assim, ousamos sugerir o seguinte fluxo:
1) Ideação -> desenvolvimento da idéia e de um primeiro business model.
2) Prototipação -> desenvolvimento do MVP e do mínimo de legal advise.
3) Validação -> momento no qual alguém (cliente) agrega valor monetário e vê relevancia ao produto.
4) Tração – > o produto amplia mercado por meio da demonstração de escalabilidade.
5) Estabilização -> domínio de fatia relevante do mercado (Market Share), com possível abertura de capital em mercado de ações ou evento de liquidez por meio da venda do controle da startup para outros players do mercado de tecnologia.
Este ecossistema pode ser estudado e registrado em manuais, mas é uma “ciência” com algo de filosofia, uma ciência dinâmica, rebelde e mutável, pois seria agir contra a natureza da inovação se fosse diferente. Na verdade, talvez seja esta mutabilidade e inconstância o que mais fascine.
Rodrigo Bruno Nahas é advogado, especialista em Direito da Inovação, pós-graduado em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas, com passagem pela Universidade de Edimburgo – UK.
Eduardo Barbato é idealizador do Hackerspace3. Cursou Singularity University, com especialização no MIT, dentro em Ecossistema de Inovação.
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